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Página:Osmîa - tragedia de assumpto portuguez, em cinco actos (1788).pdf/25

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De nós s'apoderáraõ por maneira
Que o ceder foi preciſo, mas pagáraõ
Com mil vidas o noſſo cativeiro.

Oſmîa. Eu de longe te vi fazer paſmoſos
Eſtragos no inimigo, e teus esforços
D'Emulaçaõ, d'exemplo me ſerviraõ.
Por longo tempo do conſorte ao lado
Suſtentei o combate; mas ſabendo
Que os noſſos afrouxavaõ de outra parte,
Me diffe o Eſpoſo entao «Suſtenta Ofmia
Com teu valor e exemplo eſte partido,
Em quanto eu corro áquelle
» Parte, e logo
Deſaparece, entrando nas Cohortes
Como raio que as nuvens deſpedaça.
Reforçaõ-ſe os contrarios: dóbro os golpes;
Porém poucos me ſeguem. Nas inſignias
Reconheço o Pretor, e fatigada,
A' viſta do perigo me reſolvo
A livrar-me co'a morte dos horrores
Do duro cativeiro. Eſtranha força
Me impede: era o Pretor, que o já ſeguro
Ferro cortez e forte me demanda.
Cêdo, bem que ameaço naõ s'offende;
Antes huma centuria entao deſtáca,
A fim de que ſegura m'acompanhe
A eſte meſmo Alcaçar onde tudo
Se move a meus acenos.

Eledia. Eſtremeço
A cada novo termo que te eſcuto.

Oſmîa. Contar-te por miudo os lances todos
De ſeu genio cortez, e generoſo
Fôra coſumir tempo inutilmente.
Eu ſevéra huma vez, outra groſſeira
Deſprezo n'apparencia inda as virtudes
Que dentro n'alma reſpeitoſa admiro,
Só de Rindaco fallo, ſó pertendo

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