Oſmîa, trago aqui [1] toma, e repara...
Que hum Eſpoſo aggravado de ti fia
Huma vingança digna de ti meſma.
Chama o Pretor.
Oſmîa. Que dizes? eu chamallo!
Ah! Conſorte naõ queiras arriſcar-me
A que de mim ſe diga huma baxeza.
Rindac. Se de Rindaco és digna hum ſó momento,
Te faraõ injuſtiça. Perca a vida
A's mãos daquella meſma a quem ſe atreve.
Oſmîa. Mas taõ feia traiçaõ! taõ negro opprobrio
Sobre mim cahirá! Salva-me, Eſpoſo,
Depois em campo razo te prometto
Combatello valente, abrir-lhe o peito,
Farpar-lhe o coraçaõ, deſpedaçallo.
A viſta das Cohortes en combate
Singular, que de gloria me corôe
E a teus olhos, em fim, me deſaffrontem.
Rindac. Naõ me enganas, Oſmîa.
Oſmîa. Eu enganar-te!
Salvar quero a tua gloria, e quero a minha.
Rindac. Mas o modo me toca.
Oſmîa. Naõ me atrevo.
Rindac. Naõ te atreves, ingrata? Pois eu meſmo
Direi que o chamas tu, e quando venha
(Repara que eu to mando) has de cravar-lhe
No peito eſte punhal!.
Oſmîa. [2] Que atrocidade!
Ah, Senhor! tu nao vês que o teu projecto
Hum diluvio de males precipita
Sobre os noſſos Vetoens, e Turdetanos?
Aſſim pagarei eu o generoſo
Esforço, que elles fazem por ſalvar-me?