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PETER PAN
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trepou á arvore mais alta. E bem de cima gritou para o mundo, com toda a força dos pulmões:

— "Quem acreditar em fadas, que bata palmas até não poder mais! E' esse o unico meio de salvar a minha Sininho!...

Tão sincero e sentido foi aquele grito, que todas as crianças da terra o ouviram — e milhões e milhões de palmas ressoaram pelo mundo afóra. Uma barulhada de atordoar a gente...

— E o resultado? perguntou Narizinho, ansiosa.

— Foi otimo, um verdadeiro milagre. A luz de Sininho começou a brilhar de novo e os tlins-tlins tornaram-se ainda mais fortes do que antes. Sininho estava salva!

Assim que a viu completamente boa, Peter Pan deu o maior suspiro de alivio de toda a sua vida.

— "Agora, toca a salvar os outros! disse ele em seguida — e tomando as armas afiadissimas lá so foi em companhia de Sininho ao encontro dos piratas raptores.

— E depois? indagou Pedrinho.

— Depois, cama. Já são nove horas. Para a cama todos! Amanhã veremos o que aconteceu.

Pedrinho danou.

— E' sempre assim. As historias são sempre interrompidas nos pontos mais interessantes. Chega até a ser uma judiação...