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Lá, nas tardes serenas, eu te via
Por entre os perfumados laranjaes,
Ou qual errante Nayade, vagando
Nos campos teus nataes.
E ao teu passar, as arvores do bosque
Os ramos brandamente meneavão;
E o chão, em que pisavas, á porfia
De flôres alastravão.
Briza amorosa bafejava aromas
Em torno a ti com placidos rumores;
E murmurando a fonte te mandava
Um cantico de amores.
E eu te amava; – mas do meu affecto
Dentro em meu coração continha as lavas;
E o fogo, que n’esta alma então fervia,
Nem sei se adivinhavas.
Eu era tão feliz, — e nem sabia
O nome a tão suaves emoções;
Nem pensei que jámais se esvaecessem
Tão puras illusões.