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alzira a olinda

Seus subditos fieis, travou peleja;
Sete vezes Amor bradou «Victoria!»
Da indefensa coragem conduzido
Morpheu veio c′roar nossas proezas.
Eis de que modo a tua Alzira soube
D′Amor com as lições sublime vôo
Erguer affouta sobre o nescio vulgo!
Este odeia o prazer por vã modestia,
E as pudicas vestaes, escravas do erro,
Não cessam d′embair-nos, affectando
D′uma virtude vã mimicas fórmas,
Que o que se anhela mais a encobrir forçam;
Forçam em vão, que a Natureza brada,
E ao grito seu, queira ou não queira o mundo,
Curvo depõe ficções, da insania filhas,
Tirando abrolhos, que da vida lança
Na aprazivel estrada impostor bando.
Assim ornei a fronte radiosa
De vicejante rama, que decóra
Victorias, que do erro heroes alcançam.

Toma das minhas mãos amada Olinda,
Proveitosa lição; tu já começas
Triumphos a ganhar cheios de gloria:
Docil tua alma a improbos dictames,
Docil será tambem de mais bom grado.
Ás piedosas leis da Natureza:
Retrocede, como eu, da inextricavel
Sinuosa vereda, onde perdidas
Palpamos trevas, tacteando abysmos;
Desapprende a fingir; só quadra ao vicio