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Em que vim peregrino a ver o mundo.
E chegar a meu termo, e reclinar-me
Á branda sombra de cypreste amigo.


III.


Passa o vento os do portico da igreja
Esculpidos umbraes: correndo as naves
Sussurrou, sussurrou entre as columnas
De gothico lavor: no orgam do côro
Veiu, emfim, murmurar e esvaecer-se.


IV.


Mas porque sôa o vento? — Está deserto,
Silencioso ainda o sacro templo:
Nenhuma voz humana ainda recorda
Os hymnos do Senhor. A natureza
Foi a primeira em celebrar seu nome
Neste dia de lucto e de saudade!
Trévas da quarta feira eu vos saúdo!
Negras paredes, mudos monumentos
De todas essas orações de mágua,
De gratidão, de susto ou de esperança,
Depositadas ante vós nos dias