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Nada, nada, meu Senhor,
Não cahio n’essa esparrella;
Não quero que o mundo diga—
Que o Luiz é tagarella.
Não tenho sabença,
Não campo de autor;
Apenas me conto
Por um fallador.
Das linguas extranhas
Nem-uma aprendi,
Em nosso idioma
Sou—Kikiriki.
De Euclides—os riscos,
De Schiller—a historia,
Se os li foi por brinco,
Não tenho em memoria,
E, demais, alem de tudo,
Da eschola sahi mui rudo.
Se, por desenfado,
No meu triste lar,
Com pennas e tinta
Me ponho a brincar;
Se accaso uma ideia,
Que vaga perdida,
Da minha cachóla
Faz sua guarida;
Se astuto demonio,
Finorio birbante,