Se nós admittimos que todas as outras Melitas possuem antepassados communs que não são, ao mesmo tempo, os antepassados de M. fresnelii, — tal facto contraria a conclusão derivada da estructura das pinças, de que M. fresnelii e as quatro outras especies acima mencionadas, possuiram antepassados communs que não eram, tambem, os das especies restantes de Melita. Seguir-se-hia:
Como, no primeiro caso, entre os carangueijos, uma relação de modificações produzidas independentemente uma das outras, seria circumstancia muito suspeita á theoria de Darwin, assim tambem seria, no segundo, qualquer differença mais profunda, do que a de especies muito proximamente alliadas.
Então me parece que o flagello secundario,
de forma alguma póde fornecer um motivo,
para fazer duvidar da estreita relação entre
M. fresnelii e M. exilii, etc., a qual é indicada
pela estructura peculiar do chelipede impar.
Antes de tudo, devemos considerar a possibilidade
do flagello secundario, que nem sempre
é facil de isolar, ter sido desprezado por
Savigny, como realmente Spence Bate suppõe
ter succedido. Se com effeito falta, deve-se
notar que eu o encontrei em especies dos
generos Leucothoe, Cyrtophium e Amphiiochus,
generos em que elle foi omittido por
Savigny, Dana e Spence Bate; — que uma especie
provada pela forma dos epimeros (coxœ Sp. B.)
dos pés caudaes (uropoda Westw.),
etc., ser uma verdadeira Amphithoe, [1] possue-o — que
em muitas especies de Cerapus
elle é reduzido a um rudimento apenas perceptivel;
— ainda mais, que elle ás vezes está
presente no joven e desapparece (talvez, não
sem deixar algum traço) no adulto, como
- ↑ Acceito este todos os outros generos dos Amphipodes aqui mencionados, com os limites que lhe foram assignados por Spence Bate (Catal. Amphipod Crust.)