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PARCERIAS ESTRATÉGICAS - NÚMERO 17 - SETEMBRO/2003

inventor, o Coronel Ferber: “Sob o ponto de vista da estabilidade, o senhor Santos Dumont fez uma volta completa, colocando o que estava atrás na frente e vice-versa. Isto é lógico, ele se conforma à natureza e desta vez será estável no vento”[1]. Testou o novo aparelho em março de 1907, mas não conseguiu decolar. Imediatamente voltou-se para o 14 Bis e em 4 de abril, após realizar um curto vôo de pouco mais de 50m, o avião caiu e se despedaçou. Abandonou-o por completo.

Sem interrupção construiu o seu projeto de nº 16, um aparelho mais pesado que o ar e que se utilizava de um balão de hidrogênio para reduzir o peso. Novo insucesso. Voltou-se para o 15 e adaptou um motor de 100CV, pois achava que o insucesso anterior era devido à falta de potência. Novo insucesso. Parecia não estar entendendo o que era o vôo e continuava tentando resolver o problema, numa atividade febril e sem descanso. Além de estar no campo de provas e trabalhando em novas idéias, Santos Dumont participava de reuniões com colegas e numa destas ocasiões aceitou o desafio proposto pelo Sr. Charron:

Santos Dumont, com um dos seus mecânicos, testa o motor de seu invento de número 16: um híbrido, misto de balão com avião, mais pesado que o ar, que não foi bem sucedido (1907).

“Durante um jantar, doravante histórico, entre esportistas da mais alta linhagem, os convivas acharam agradável assumir mutuamente desafios muito sérios e encorajadores. Em 24 de julho deste ano (1906), o senhor Charron, talvez um pouco vítima do não menos histórico ‘calor comunicativo’ do banquete que oferecia aos amigos, comprometeu-se da seguinte maneira:... 2) O senhor F. Charron apostou 50 mil francos contra 5 mil de Santos Dumont que este último não poderia fazer 100km/h sobre a água antes de 1º de abril de

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  1. Pegasse.23.outubro 1983. Musée de L’Air et de L’Espace. Le Bourget.