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Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/134

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No jantar achou-se Fábio colocado à esquerda de D. Guilhermina, como de costume. Havia entre os dois um arrufo, que já durava alguns dias.

— Sinto me tivessem reservado este lugar, que outrora era minha ambição, disse o mancebo com sentimento.

— E que hoje lhe aborrece! tornou D. Guilhermina.

— É verdade; pela certeza que tenho de a estar incomodando.

— Engana-se!

— Tem razão; uma criatura de todo indiferente não pode incomodar aqueles que nem se apercebem de sua presença.

— O senhor é muito injusto! murmurou a moça com inflexão queixosa.

— Que direi eu? será justo roubar a alma e a vida de um homem, e não conceder-lhe sequer a mínima consolação?

— Uma entrevista, só, à noite, no jardim... Se eu me prestasse a esse capricho, o senhor havia de ser o primeiro a reprovar consigo mesmo essa imprudência e a condenar-me.