Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/162

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— Eu! Vocês querem divertir-se.

— Foi o recado que recebemos.

— Hum!... Não passa de invenções da senhora minha filha! Não resta dúvida!

O banqueiro levou o dedo à boca:

— Esperem que vou tenteá-la.

Nisto apareceu Guida:

— Sim senhor, papai, muito bonito! convida a cidade do Rio de Janeiro em peso para jantar, sem prevenir a mamãe, nem dizer a pessoa alguma! Pois isto se faz?

— Hem! estão vendo, vocês! disse o Soares disparando a rir.

— Ora não disfarce, papai. Todos estes senhores receberam seu convite, e com a recomendação de guardar segredo!

— É verdade?

— Então... Mamãe e eu íamos sair, quando começam a chegar convidados. Os senhores hão de ter paciência e desculpar. Um banquete não é um discurso, que se improvisa.

— É pena que não se possa mudar de sexo, Guida. Tu serias o primeiro banqueiro do Rio de Janeiro.