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Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/253

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— Tenho desculpa, minha senhora. Falta-me o tempo.

— Agora não a tem!

— Agora, por quê? perguntou Ricardo volvendo um olhar suspeitoso para Fábio, que se eclipsou.

Guida estremeceu; e D. Guilhermina mordendo o beiço com um riso malicioso, afastou-se do lado que tomara o Fábio, tanto para evitar um novo lapso, como para deixar os dois em liberdade.

Apoderou-se de Guida um enleio invencível, quando se viu a sós com Ricardo, no jardim; e mais crescia sua perturbação com o silêncio do moço, que de seu lado também parecia tomado de súbito constrangimento.

Nesse momento, as salas iluminadas derramaram sobre o jardim o clarão das janelas; e um murmúrio de vozes na entrada anunciou a chegada das visitas habituais, que vinham passar a noite em casa do Soares.

— É melhor entrarmos, disse Guida; e correu ao encontro de Clarinha, que passava com o Barão do Saí.

Ricardo a acompanhou de longe, e instantes depois