Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/33

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— Bravo, D. Guidinha!...

— Nem a rainha do ar.

Estas exclamações do Bastos e Guimarães festejavam as escaramuças com que a moça se divertia à beira do profundo despenhadeiro.

Voltando-se, viu Ricardo as curvetas do Galgo, e adiantou-se:

— Confesso-lhe que estou arrependido da troca! Pensei que a senhora não fosse tão...

— Tão estabanada!... Pode dizer!... acudiu a moça.

— Queria dizer imprudente, apenas.

— Muito obrigada! retorquiu com um sorriso de gentil motejo. Tenho eu culpa das estripulias de seu cavalo?

— Mas eu preveni-a do quanto é ele árdego! Não suporta certas birrazinhas que a senhora costuma fazer a Edgard! É um caipira, como eu.

— Está o senhor também querendo fazer o Galgo pior do que é! Não o acho tão feroz como o pinta o dono!

— Em todo o caso eu lhe peço, não o irrite!...