Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/139

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Que ilustres nomes estas lousas mostram!
Estátuas, bustos, inscrições só vejo
De prestantes varões, de egrégios vates.
Ao lado deste túmulo pomposo,
Onde d'Arte o primor ofusca o nome
Daquele que mimoso foi da sorte,
Como a meu coração fala sublime
Esta Cruz negra à sombra de um cipreste!

O sol desmaia; e precursor da noite
Cinéreo véu nos ares desenrola-se.
Já fraqueio, e suor transuda a fronte.
Deixarei estes sacros aposentos,
Sem que te encontre, o cândido Filinto?
Serei tão malfadado, que esta c'roa
Depositar não possa em tua campa,
E sobre ela chorar, gravar meu nome?

Ah não desesperemos;
Mais um esforço. — Enfim, é ela, é ela!
Nem sequer um cipreste, um mirto a cobre!
Já lisa a pedra pelo pé do tempo
Mal indica que teve um epitáfio.