Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/51

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Do amor a constância,
Da bela o pudor.

Tu, que cantaste o hino da inocência,
Quando imóvel ainda repousava
No berço do Oriente a Humanidade;
Tu, que cantando sempre a acompanhaste
Nos seus dias de dor, ou de triunfo,
Acaso morrerás também com ela?
Ou sem ti, como um astro em seu eclipse,
Se arrastará sem vida a Humanidade,
Até toda no túmulo sumir-se?

Quando o sol, que é tua imagem,
No seu zênite apagar-se,
E tudo outra vez do nada
No escuro golfo abismar-se:

Tu, que és a imagem do Eterno,
Terás fim nesse momento?
Ou terás nova existência
Do Senhor no pensamento?