feiras ganhando mais que um letrado a escrever!” – Decerto, o saltimbanco o tomava a ele, Cristóvão por um desses gigantes que se mostram nas feiras. E apenas assim pensara, Cristóvão, com simplicidade, propôs ao saltimbanco que a troco do pão, e da metade do ganho, o levasse a uma feira, para o mostrar numa barraca. O pobre saltimbanco quase chorou de alegria – e logo dali partiram para uma grande feira, que todos os anos, pelo S. Miguel, se fazia junto de uma grande cidade murada.
Chegaram lá de noite, e tendo obtido licença dos guardas para entrar, o saltimbanco foi logo a um desses judeus que trocam dinheiro, pediu emprestado o que era necessário para construir uma barraca, erguer os estrados, lonas vermelhas, e possuir um tambor que anunciasse o gigante. O judeu, tendo examinado Cristóvão e certo que era um monstro de boa mostra e de boa renda, contou, uma a uma, dez peças de prata na palma do saltimbanco: - e tendo assinado o papel diante do corregedor da feira, o saltimbanco partiu com Cristóvão, a construir a barraca. Toda a noite trabalharam, pregando, martelando, enquanto a mulher do palhaço cosia à pressa uma túnica escarlate para Cristóvão.
Ao outro dia tudo estava pronto, e posta sobre dois postes a grande peça de paninho