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Tais são os jornais sérios! Tal tu foste, Comércio do Porto, excelente folha sonolenta!

Folha de tédio, folha grave e oca,

Quem tão soturna, te espalhou na rua?

Aconteceu, pelas estradas que Sua Majestade percorreu, que, às vezes, saía ao caminho um homem de casaca ou uma mulher de branco; pedia ao Rei um instante de demora, desembrulhava um papel — e lia uma ode ou uma fala. Este procedimento, inaugurado no Minho, agora inocente, gracioso, singelo, pode tornar-se, com o tempo, fatal. Se Sua Majestade não se recusar a estas leituras de estrada, pode ver um dia o seu caminho ladeado de autores impacientes, repletos de manuscritos. O furor da publicidade desvaira. Tendo possibilidade de fazer parar o Rei, o seu séquito, o povo, e formar assim um público, o pensador da província salta à estrada, desdobra a prosa e acomete. Quem tiver um livro manuscrito, mete-o na algibeira, senta-se numa pedra, e espera a família real.

Ora não é justo que quem nas províncias tiver