Página:Uma campanha alegre v2 (1891).pdf/216

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— a boa cidade do Porto, tratou de organisar a festa do dia 8, como uma desfeita, uma replica aos jesuitas — enchendo-a de elementos liberaes, apro. veitando a presença do rei, prodigalisando as bandeiras azul e branco, etc. — E então para caracterisar a intenção liberal e democratica do dia — o que fez? Fez representar no Baquet a Bocela de Pan. dora, comedia em tres actos; Vossa Magestade não sabe o que é? nem nós. Pode interrogar um velho risonho e subtil, que por ahi deve ter encontrado murmurando como memorias extinctas couplets de vaudeville, e que é o sr. Scribe.

Representou-se a Boceta, senhor. E assim ficou batida victoriosamente em brecha a propaganda jesuitica. Se Vossa Magestade ler esta carta alto, ás sombras curiosas e saudosas da terra ha de ver um velho corcovado, secco e ardente, ascetico, mas com grande doçura no olhar, rir-se com o seu es. treito triste riso de jacobino, vendo a maneira portuense de combater o jesuita — com vaudevilles. Esse homem, senhor, é Mazzini.

Ora quando em Lisboa se soube que o Porto dava esta grande festa —— Lisboa teve um estremecimento de colera. Lisboa teve a tradicional, a costumada inveja. O Porto tinha feito uma grande festa constitucional — Lisboa não tinha nenhuma!

É necessario que Vossa Magestade saiba que