Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/125

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Exalou um gemido prolongado, e, de envolta com o seu estertor extremo, balbuciou:

— Meu filho!

Nesse momento chegou o padre Jorge. Era já tarde. Eustáquio e Rosalina apenas abraçavam então um corpo que o frio da morte conquistava com rapidez.

O barulho da queda da porta arrombada pelos malfeitores acordara o filho de Eustáquio. Os vagidos da criança respondiam ao apelo derradeiro da sua mãe.

— E ele não recebeu o batismo! disse o padre Jorge lembrando-se de que o filhinho de Branca não fora ainda batizado.

Antes de correr à alcova para administrar ao menino o necessário sacramento, o sacerdote conheceu que se rachavam as tábuas da porta que o paraense opusera aos bandidos... Através de fendas, avistou o clarão de alguma vela que os malfeitores haviam achado e acendido. A porta ia desprender-se das dobradiças!

— Meu amigo, disse então a Eustáquio, encomenda a Deus a tua alma e...

— Ah! ah! ah! ah!

Uma gargalhada horripilante de louco, que João Caetano não poderia repetir no palco, retroou na sala.

Através da escuridão que aí havia, o padre Jorge tentou distinguir quem a soltara. Acreditou que já estavam na sala os bandidos. Não era isto.

— Meu padre, continuava uma voz em que o padre Jorge reconheceu com indizível dor a do seu amigo, tu queres... que eu encomende?... E a tua?... A Deus?