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Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/46

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já os ouviu, os quais mergulhando na floresta iam suavizar o sono das avezinhas.

Estava-se, já o dissemos, a 14 de setembro.

A julgar pela força com que os raios de sol enchiam a atmosfera, sob o azul puro e claro do céu americano deviam ser nove horas, quando menos.

O leitor colocado no meio dessa planície que se desdobrava ao poente da habitação havia de presenciar o seguinte:

Rosalina, alegre como sempre, chegou risonha à janela, cantarolando a delicada poesia de Dirceu:

Como alegre vem nascendo

A serena madrugada!

Já d'aurora a luz dourada

Duvidosa vem raiando.

E tu descansando

Marilia formosa,

Escutar, etc.

Toda a sua atenção estava pregada em uma rosa pendente dos últimos ramos de uma esguia roseira que chegava a altura da janela. Estendeu o bracinho mimoso, coberto apenas por uma manga que nem lhe chegava ao cotovelo, tomando cuidadosamente entre dois dedos a flor, menos linda que ela e, depois de saborear os seus perfumes, entrou a contemplá-la conversando talvez em muda linguagem. As flores e as crianças se compreendem. Na mesma ocasião uma pessoa descendo sorrateiramente da colina