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Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/89

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— Eu, se o senhor m'o consente, dizia ele com timidez humilde, posso...

Os três bandidos que pareciam réus perante o juiz quiseram prostrar-se aos pés do que falava e rogar-lhe que se calasse, o chefe porém bradou-lhe:

— Não se movam!

— Posso, continuou o que falava, dizer-lhe alguma cousa que explica a ausência do branco.

— Dize! Dize!

— Estes meus três parceiros, principiou ele pausadamente e estendendo a mão para os negros cabisbaixos, me disseram, muito em segredo, que, anteontem à noute, um dos brancos (os espanhóis) pediu-lhes que fossem com ele à casa do nosso rico amigo, porque, desejando pregar uma peça ao senhor, precisava de auxiliares resolutos...

Tais palavras vieram aumentar os temores do chefe, que via com medo os três negros aterrados, como se receassem o castigo de alguma grande culpa.

— Talvez os desgraçados me tenham traído, pensou ele.

— Continua, falou ao denunciante.

— Os meus parceiros anuíram ao pedido e, ontem pela manhã, foram com efeito à tal casa, e com eles o branco. Enquanto este, penetrando no cercado, se aproximava de uma das janelas da habitação, os parceiros, do lado de fora, se preparavam para prestarem-lhe socorro, caso fosse preciso. Na janela estava aquela menina que o senhor quer que se traga para aqui. O branco pretendia matá-la. Tal