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Página:Ursula (1859).djvu/170

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brinca, e bebe. Oh! Lá então é vinho de palmeira mil vezes melhor que cachaça, e ainda que tiquira.

— Então, pai Antero, gostais assim tão loucamente de matar esse imortal bicho?

— Oh! Se gosto! – exclamou o velho africano lambendo os beiços só de esperança.

— Pois bem, – tornou o jovem negro, metendo-lhe nas mãos tanto dinheiro quanto era bastante para Antero embriagar-se dez vezes pelo menos –, tomai, e ide saciar à farta essa maldita sede.

O velho arregalou os olhos, e o prazer transbordou-lhe as feições ridentes; tomou a cabaça e saiu correndo; mas não sem ter fechado sobre si a porta da prisão.

Então Túlio olhou em derredor de si a assegurar-se da situação e dos meios de fuga, e viu nesse quarto horrível troncos, correntes, cepos, anjinhos, que se cruzavam. Aí, quantos desgraçados não tinham no meio das torturas amaldiçoado, como Jó, o dia do seu nascimento?!... Quantas lágrimas não teriam regado aqueles instrumentos de suplício?!...

— Ah! Se eu sempre tivesse destes bons prisioneiros!... – exclamou contente, e batendo as palmas o bom Antero, que voltava já bastante alegre, e que não satisfeito com a dose, que engolira, de novo beijava ternamente sua querida cabaça, agora cheia da bebida de sua predileção.

— Deus te pague, meu filho, e te dê uma boa sorte. – E daí arremessava-se à sua amante, e já os beijos eram tão repetidos, que pareciam um só e contínuo.

Contava já o incansável Túlio com a possibilidade