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Página:Versos da mocidade (Vicente de Carvalho, 1912).djvu/46

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VERSOS DA MOCIDADE


Tentando ela apanhar um jambo num jambeiro,
Prendeu-se-lhe no galho a manga; e, arregaçada,
Poz-lhe indiscretamente á mostra o braço inteiro.
Ela córou. Eu ri. Ela sorriu. Mais nada.

Insinuando-se entre a emaranhada alfombra,
Um córrego rolava espumas furta-cor.
Em róda, a natureza adormecêra á sombra
Cheiroza e tutelar das arvores em flor.

Com um ar de criança, ela, rapidamente
Descalçou-se... Eu sentei-me, atoa, no barranco;
Puz-me a olhar o regato — e na agua transparente
Vi um pé pequenino alvejar, muito branco...

Voltámos. Roza vinha apoiada ao meu braço.
Absorta, mal dizia um sim ou não banal.
E eu achava-lhe um ar estranho, de cansaço
Ou dezanimo... Um ar diferente, afinal.