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Página:Versos da mocidade (Vicente de Carvalho, 1912).djvu/98

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VERSOS DA MOCIDADE



Garridamente se engrinalda
De flores — e mostra a riqueza
Dos seus vestidos de esmeralda,
Das suas joias de princeza.

Ar domingueiro tudo assume;
Tornam-se, á luz do claro dia,
As flores — cheias de perfume,
As almas — loucas de alegria.

Sim, isto agora é que é outra couza!
Sente-se a gente mais a gosto
Do que por baixo dessa louza:
— O ceu tristissimo de Agosto.

No inverno a fantazia arrasta
O vôo — para a sombra negra
De uma rejião erma e nefasta
Que luz alguma não alegra.

Meu coração, esse estouvado,
Que a luz da aurora contamina,
Sente-se prezo e asfixiado
Entre as paredes da neblina.