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em nada, divagava — em quanto aquelles versos do Fausto me estavam na memoria, e aquella saudosa vista do Tejo e das suas margens deante dos olhos.

Isto pensava, isto escrevo, isto tinha n’alma, isto vai no papel: que d’outro modo não sei escrever.

Muito me pêza, leitor amigo, se outra coisa esperavas das minhas Viagens, se te falto, sem o querer, a promessas que julgaste ver n’esse titulo, mas que eu não fiz decerto. Querias talvez que te contasse, marco a marco, as leguas da estrada? palmo a palmo, as alturas e larguras dos edificios? algarismo por algarismo, as datas de sua fundação? que te resummisse a historia de cada pedra, de cada ruina?..

Vai-te ao padre Vasconcellos; e quanto ha de Santarem, peta e verdade, ahi o acharás em amplo folio e gorda lettra: eu não sei compor d’esses livros, e quando soubesse, tenho mais que fazer.

So tenho pena de uma coisa, é de ser tam