Roguei e pedi — muito lhe pezava!Mas eu tanto fiz que porfim deixava.
Fui-lhe abrir a porta, mui contente entrava;Ao lar o levei, logo se assentava.
Ás mãos lhe dei agua, elle se lavava;Puz-lhe uma toalha, n’ella me
limpava.
Poucas as pallavras, que mal me fallava,Mas eu bem sentia que elle me mirava.
Fui a erguer os olhos, mal os levantava,Os seus lindos olhos na terra os pregava.
Fui-lhe pôr a cea, muito bem ceava;A cama lhe fiz, n’ella se deitava.
Dei-lhe as boas noites, não me replicava:Tam má cortezia nunca a vi usada!
Lá por meia noite que me eu suffocava,Sinto que me levam co’a bôcca tapada...
Levam-me a cavallo, levam-me abraçada,Correndo, correndo sempre á desfilada.
Sem abrir os olhos, vi quem me roubava;Callei-me e chorei — elle não fallava.