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SENHORAS
2 Do jogo, vicio fatal,
Que arruina tanta gente,
Fica-se rico tão cedo
Como pobre de repente!
3 De um marido cabeçudo
Teimoso até por prazer,
Que em dar-vos boa tarefa
Vos fará emmagrecer.
4 De um velho muito raivoso
Que tem em vós o sentido;
Tremeis de medo? Coitada!
Pois será vosso marido.
5 Uma sogra vos fará
Andar em palpos de aranha:
E' das taes que contra as noras;
Sem razão sempre se assanha!
6 Um piscar de negros olhos,
Um bater de coração,
Que vos porão como louca,
Vos desviando a razão.
7 Evitai sempre, senhora,
A fatal febre amarella,
Que para peccado vosso
Fica inda a dôr de canella.
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HOMENS
2 Evitai uma belleza
De olhos negros qual jacú,
Que será p'ra vós de genio
Feroz qual surucucú.
3 De cães damnados? Não sei!
De touro bravo? Não sei!
Porém sei que de uns olhinhos
Soberanos como um rei!
4 Fugi do cholera-morbus,
Fugi de febre amarella,
Não escapareis, amigo,
De certa dôr do canella.
5 Encontrar frades na rua
Mortos de febre amarella,
Meirinhos á vossa porta,
Moça bonita a janella.
6 Escreverdes ás meninas
No que haveis facilidade,
Pois que além de azas
Facadas custar-vos ha de.
7 O não ser oomprehendido
Na vossa boa intenção;
A moça zomba pensando
Que em vós tudo é logração.
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SENHORAS
8 Um velho, um ginja, um giboia,
Que vos ha de aborrecer
Com rezas e penitencias
Que com elle haveis fazer.
9 Um namoro desgraçado,
Que romantico se diz;
Vos dará renome e fama
Dentro e fóra do paiz.
10 Um certo encontro no baile
Por certo deveis temer;
Vossa rival tem bigodes
E muito tendes que ver.
11 Um encontro em certo baile
De futuro Carnaval
Vos trará, senhora, um logro
Como não tereis igual.
12 Muito do genio que tendes,
Se bem que sois muito sonsa;
Mas sois pomba na apparencia
E na realidade uma onça!
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HOMENS
8 Botica, ladrão e medico,
Que pobre vos hão de pôr,
Vos darão cabo de tudo
Em tres dias, meu senhor!
9 Uma satyra de poeta,
Ou uma caricatura,
Para o que assaz se presta
A vossa linda figura.
10 Só uma sova de páo
Que destinada já está,
E que uma moça do tom
Com mais tom vol-a dará.
11 A gaiola, pois nascestes
Para viver em prisão;
Indagai a consciencia,
Consultai o coração.
12 O beijo de certa velha
Que porfia em vos amar,
Que vos fará n'um instante.
Como uma mina estourar.
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