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SENHORAS
2 Vós já lhe dissestes:— sim,
E elle vos disse:— esperai,
Esperai, não tenhais pressa,
Por melhor tempo aguardai.
3 Cedo, cedo a Santa Igreja
Verá tão bella união;
Mas pedi não turbe a morte
Depois tal satisfação.
4 Mais tarde; elle tem seus annos,
Não é bello, mas que importa?
Casai-vos; uma menina
A um velho sempre conforta.
5 Cedo com elle, que diz
Que vós sois anjo de amor!
Mas cuidado que o menino
Tem quéda para o rigor.
6 Nem agora, tarde ou nunca:
Ah! fugi do casamento;
Para vós qualquer sujeito
Será do inferno um tormento.
7 Olé! cedo com um ricaço
Desses que morrem á fome,
Cujas riquezas no cofre
Só a ferrugem consome.
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HOMENS
2 Uma rica viuvinha,
Que morre por se casar,
Será cedo vossa esposa,
Se algum tolo a não pilhar.
3 Achareis bom casamento
Brevemente n'um zungú,
Ha de ser com certa Mina
Com quem vós comeis angú.
4 Agora para a semana
Com certo horrendo tição,
E' rica, porém de bichos,
Que andarão por um milhão.
5 Amanhã, com uma tonta
Casado vos achareis,
E no Hospício de Azinhaga,
Lá com ella morareis.
6 Nunca! que a vossa amante
E' mesmo um surucucú,
Feia qual uma coruja,
Cascuda como um tatú.
7 Quando velho já vós fordes
C'uma bruxa casareis,
Sereis rico, pois só della
Quatorze filhos tereis.
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SENHORAS
8 Cedo; e o vosso marido
Será rico — de nariz!
Que ainda será maior
Soffrendo uma cicatriz.
9 Elle quer já, mas papai
Está o tempo a ganhar;
Olhai, se não fôr agora,
Nunca mais heis de casar.
10 Para o anno, porém vêde
Que com esse casamento
A's dentadas com o marido
Vivereis em um tormento.
11 Não sei; os moços brigando
Por causa de vós estão,
Afinal vos casareis
Com o que fôr valentão.
12 Cedo; os vossos lindos olhos
Remexem os corações,
Que não ha quem não se queixe
Dessas vossas tentações!
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HOMENS
8 Tarde e com moça pobre,
Que ha pouco na procissão
Levada era como um anjo,
Sendo ella um diabão.
9 Num baile deveis achar
Quem vos fará mui feliz;
Amigo, não percais bailes,
A cousa está por um triz!
10 Senhor, o vosso destino
Não póde ser dos melhores;
Ficareis sempre solteiro,
Também não é dos peiores.
11 Nunca; que as moças já sabem
Que vós sois um bandoleiro,
Com coração de estalagem,
E a inconstancia por caixeiro.
12 Nunca... Oh! que o homem chora
Mas o que fazer-se ha de?
Amigo, tendes remedio,
Deixai tudo, ide ser frade.
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