Pensar é preciso/V/O Islamismo no tempo e no espaço
O Islamismo no tempo e no espaço
Maomé abandonou este mundo sem indicar seu sucessor ou deixar normas testamentárias para seus familiares e seguidores. Assim, as rivalidades e inimizades, que ele conseguira controlar durante sua existência, explodiram em lutas sangrentas, depois de sua morte. Cada chefe dos quatro clãs, chamado de “califa”, representante de Maomé na terra, achava-se o legítimo sucessor do Profeta. Enfim, ficaram para a história dois grupos: os “Sunitas” (de suna = caminho moderado), assim denominada a grande maioria que seguiu a doutrina original de Maomé; e os “Xiitas” (de shi at Ali), filiados ao partido de Ali, casado com Fátima, uma filha de Maomé, que constituem a ala extremista, mais rigorosa.
Mas, apesar das lutas intestinas, o Islamismo, gradativamente, avançou por todo o Oriente Médio, conquistando Iraque, Palestina, Pérsia, Síria, Egito. Chegou também à Europa Ocidental, conquistando várias regiões banhadas pelo mar Mediterrâneo, especialmente as costas da França, da Península Ibérica e do Sul da Itália. A expansão islâmica foi se intensificando ao longo de dois séculos de uma forma incontesta. Mas, a partir do séc. VIII, começou o período da decadência motivado por causas internas e externas. Houve uma fragmentação da umma, a comunidade muçulmana, pois a supremacia do califado começou a ser questionada e formaram-se vários governos independentes, cada um com feição própria. Decisivas foram as invasões dos mongóis e dos turcos.
De outro lado, a Europa cristã começava a se despertar do longo sono medieval, enfrentando os árabes em seu próprio território. As Cruzadas, a partir do séc. XI, quebraram o domínio dos muçulmanos na Palestina, tentando conquistar a cidade santa de Jerusalém, onde estava o Sepulcro de Cristo. O golpe final ao poderio islâmico na Europa se deu em 1492, quando o rei Fernando da Espanha derrubou o califado de Granada. A partir de 1500, o mundo islâmico se dividiu em vários centros de civilização muçulmana, entre os quais se destacam a cultura árabe, com o predomínio do Egito, e o império otomano, na Turquia, cuja capital Constantinopla, tomada pelo turcos em 1453, passara a se chamar Istambul. Para ter uma idéia da sobreposição de culturas, basta observar que a civilização “bizantina” passou por várias fases, cada qual dando um novo nome à cidade principal: Bizâncio era a antiga colônia grega, fundada no séc. VII a.C., no estreito do Bósforo, que separa a Turquia asiática da parte européia; tomou o nome de Constantinopla, quando o imperador Constantino o Grande a tornou capital do Império Romano do Oriente, no séc. IV d.C.; passou a se chamar Istambul ao ser conquistada pelos muçulmanos, no séc. XV d. C.
Reflexões sobre religião e cultura muçulmana
“Deus deu a cada povo um profeta em sua própria língua”.
A afirmação acima é do profeta Maomé, justificando sua missão. Falando o árabe de sua época, sua pregação encantou a classe humilde dos pobres e das pessoas incultas, no mesmo tempo em que provocava a inveja e o ódio dos judeus e dos cristãos ricos. Lutando contra inimigos internos e externos, o Profeta teve o mérito de transformar tribos nômades, dispersas num árido deserto, no maior império do mundo daquela época. Isso foi possível porque Maomé conseguiu despertar nos árabes uma consciência de nacionalidade, unificando as tribos vizinhas sob a bandeira de Alá e infundindo em seus espíritos uma ideologia religiosa e patriótica, ao mesmo tempo, renovando assim a mensagem de redenção do povo árabe, na trilha do antigo profeta Moisés.
A expansão do Islã propiciou prosperidade econômica e renascimento cultural. Enquanto a Europa cristã continuava no atraso medieval, os descendentes de Maomé cultivavam filosofia, artes, ciências. Alfarabi (870-950) foi o primeiro grande filósofo do Islã, que escreveu tratados sobre metafísica e música. Avicena (980-1037), além de filósofo, foi também poeta e médico, conhecido por ter divulgado as obras do grego Galeno. Seu texto mais importante foi o Cânon da Medicina. Outro filósofo muçulmano, Averróis (1126-1198), tornou-se famoso pela tradução das obras de Aristóteles do grego para o latim. Tal façanha mereceu elogios até do grande poeta italiano Dante Alighieri, na sua Divina Comédia, visto que, naquela época, a língua grega era estranha aos europeus. Além disso, ele foi o primeiro estudioso a colocar a filosofia a serviço da teologia, servindo-se dos ensinamentos do filósofo de Atenas para a exegese de trechos do Corão.
Falta-me competência para falar da influência da religião islâmica nas artes plásticas, especialmente na arquitetura. As manifestações artísticas dos pequenos impérios de persas, bizantinos ou turcos, anteriores ao advento do Islamismo, encontraram seu ponto de convergência na língua árabe em que foi escrito o Corão e na nova espiritualidade imposta pela religião de Maomé. A maioria dos povos do Médio Oriente e do continente asiático passou a se identificar mais com o termo “muçulmano” do que “árabe”, pois não foi a política, mas a religião a dar o grande impulso para a construção de mesquitas maravilhosas em várias cidades dominadas pelos islamitas.
Depois da destruição do último Templo de Jerusalém, em 70 d.C., passaram-se mais de seis séculos até que a Cidade Santa, sede das três grandes religiões monoteístas, tivesse outro templo majestoso. E, desta vez, sobre a égide do Islã. O califa Abd al-Malik, em 691, mandou construir a dourada Cúpula do Rochedo, sobre a rocha Sakkra, ponto culminante do Monte Moriah, lugar indicado a Abraão por Jeová para o sacrifício de seu filho Isaac. Desta Cúpula, Maomé teria ascendido ao Céu, conforme está escrito no Corão. Relevamos, de passagem, um anacronismo: se a construção terminou 59 anos após a morte do Profeta, como ele podia ter partido de lá? Efetivamente, a religião tem pouco a ver com a história ou outra ciência humana! Voltando ao assunto: foi a partir desta época que o estilo arabesco começou a influenciar outras formas de arte, como a bizantina, a gótica, a renascentista.
Também quanto ao aspecto especificamente religioso, o Islamismo registrou relevantes avanços com relação aos credos anteriores. A meu ver, o ponto crucial em que a doutrina islâmica supera a cristã se encontra na afirmação do princípio jurídico da “intransferibilidade” da culpa. Em nenhum Tribunal ou Corte de Justiça do mundo humano alguém pode ser responsabilizado pelo pecado de outra pessoa. Se isso se dá na Terra, por que no Céu deveria ser diferente? Como pode se considerar culpado um ser inocente, uma criança que acaba de nascer? Será que Deus é menos justo do que o homem, sua criatura?
O Alcorão, diferentemente da Bíblia, ensina que o pecado de Adão não se transferiu para a humanidade e que ninguém nasce com uma culpa original. A responsabilidade pelo pecado não é hereditária, nem transferível, nem comunitária. Conseqüentemente, vários dogmas da religião católica são rechaçados: Jesus Cristo foi apenas mais um Profeta, não sendo Filho de Deus, pois existe apenas Unidade e não Trindade divina; não há necessidade de batismo, pois a alma não nasce maculada; as pessoas que não receberam instruções divinas não podem ser castigadas neste mundo nem no outro; a crucificação de Cristo não aconteceu para redimir a humanidade, que não precisava desse sacrifício; nenhum ser que nasce do homem pode ser considerado Santo, com o poder de interceder junto a Deus.
Quanto à moral, os conceitos básicos do Islã, que podem ser apontados surfando os versos do Alcorão e do Hadith, como igualdade, liberdade, fraternidade, paz, comunidade, caridade, se aproximam de uma ética universal. Na verdade, os escritos atribuídos a Maomé e considerados sagrados são apenas uma miscelânea composta de versículos da Torá e dos Evangelhos, de máximas dos rabinos, de provérbios indianos, da sabedoria do persa Zaratustra, de trechos de pensadores gregos. A doutrina moral muçulmana está baseada na filosofia do bom senso e do equilíbrio, na busca da aurea mediocritas, já decantada em versos belíssimos pelo poeta latino Horácio. A ética de Maomé teve como antecedente o Evangelho do Amor, apregoado por Jesus Cristo e, como conseqüente, os ideais da Revolução Francesa. Como exemplo do conceito de honestidade, transcrevo o seguinte trecho atribuído a Maomé:
“Quem confiar a uma pessoa um cargo público enquanto na sua sociedade houver outra melhor para desempenhar aquele cargo, atraiçoa a confiança nele depositada por Deus, pelo seu Mensageiro e pelos muçulmanos”.
Um estudioso dos textos islâmicos comenta que um governante religioso deveria ter responsabilidade dupla: perante seu Deus e seu povo; e um fiel de Alá tem que participar ativamente na solução dos assuntos públicos.
Mas, na prática, a teoria é outra. Tudo muito bonito e edificante, mas, para quem não quiser renunciar à lucidez mental, é difícil acreditar que o que está escrito no Alcorão é realmente a palavra de Deus. Passaram-se quase 14 séculos e o Islamismo não apresentou os resultados esperados. Segundo o dito evangélico, “uma árvore se conhece por seus frutos”. E os frutos do Islamismo, assim como os do Judaísmo e do Cristianismo, não foram bons, pois a realidade humana continua salpicada de ódios étnicos, guerras, injustiça, miséria. A verdade é que, como as outras religiões, o Islamismo é uma grande ilusão, pois não existem messias, enviados de Deus. Quem ousa achar-se tal deve ser considerado um presunçoso que, num sentido contrário, nos dá uma prova cabal da não existência de Deus. E sim, porque se Deus existisse realmente, Ele se revelaria a todos os homens, seus filhos. Por que escolher Moisés ou Maomé, judeus ou árabes? E os outros povos que viveram antes destes profetas ou habitam regiões longínquas, como os indígenas da Patagônia ou da Oceania? Eles não merecem ouvir a palavra de Deus? Será que não foram criados por Ele e não são também seus filhos?
A resposta mais ouvida é que a vontade de Deus é inquestionável. Ele faz o que quer, quando quer, como quer e onde quiser. Mas, então, não estaríamos falando de um Deus, mas de um déspota qualquer. Todavia, Ele é concebido por todas as religiões como o Ser Supremo, possuidor de todas as virtudes no máximo grau: Ele é onipotente, onividente, onipresente, previdente, amoroso, justo. Mas, ao mesmo tempo em que afirmam tudo isso, os devotos de qualquer religião atribuem a Deus características que são próprias dos humanos, tais como o orgulho (Ele exige subserviência, adoração, sacrifícios, preces), o ciúme (não pode se prestar culto a outra divindade), a prepotência (manda e desmanda, sem dar satisfação a ninguém), injustiça (escolhe um homem ou um povo para salvação, em detrimento de outros).
Acontece que, como dizia um filósofo pré-socrático, “o homem é a medida de todas as coisas”: cada qual julga tudo a partir de si. Portanto, qualquer líder religioso, sendo humano, só pode olhar as coisas pelo prisma da sua precariedade. Aliás, ele deve ser considerado de uma humanidade inferior porque seu fanatismo religioso lhe impede de pôr ao serviço da busca da verdade a capacidade de raciocínio, que é uma peculiaridade da natureza humana. O pior é que a grande massa do povo, tendo preguiça de pensar, acaba sendo levada pela cabeça de ídolos religiosos e líderes políticos. Com relação específica à religião muçulmana, são oportunas algumas reflexões:
1) Conforme estudiosos do Islamismo, Maomé recebeu a Revelação não apenas no monte Hira, pelo Arcanjo Gabriel, mas ao longo de 23 anos, de uma forma ininterrupta. Sendo ele analfabeto, costumava ter ao seu lado escribas, que tomavam nota de seus ensinamentos. Ora, não está explicado se o Arcanjo Gabriel apareceu só uma vez ou constantemente ou havia outros emissários divinos. É mais provável que a doutrina vinha sendo redigida pelos assessores de Maomé, que era gente culta, durante as conversas com o Profeta. Portanto, é lícito duvidar da autoria divina dos textos que compõem o Corão. “Maomé disse” não quer dizer que foi ele mesmo quem disse e muito menos que o próprio Deus tivesse dito a ele!
2) Por que Maomé é considerado o “último” Profeta? Por que a palavra dele tem que ser ouvida como definitiva e absoluta? Pensar que Deus o teria escolhido como ponto final da Revelação, a pessoa em quem se condensasse toda a Verdade, per omnia saecula saeculorum, não é muita pretensão? O que mais causa estranhamento no Islamismo é a fixidez, o imobilismo de sua doutrina. Os versos do Corão são intraduzíveis e indiscutíveis, irredutíveis assim como seus rituais (rezar cinco vezes por dia, na hora marcada, na posição correta) e seus costumes, que têm que seguir tradições multisseculares. Ora, a rigidez é própria da morte, enquanto a vida é movimento, evolução que leva ao melhoramento. Ninguém aprende nada de novo, se ficar apenas repetindo as mesmas convicções. Creio que se Maomé (ou o círculo de seus discípulos cultos) voltasse ao mundo agora, ele daria um banho de Darwin e de Einstein no seu Corão!
3) Pela obrigação da Guerra Santa (Jihad), os muçulmanos estão convencidos de ter recebido a permissão de Deus para divulgar sua fé pela ponta da espada. As primeiras lutas sangrentas de Maomé contra seus perseguidores da Meca são explicáveis, pois se tratava de legítima defesa da liberdade de culto. Já a sede de sangue e do botim de guerra com que assaltaram outros povos para impor o credo muçulmano não tem a mesma motivação. Afinal, foram os navios árabes que bloquearam o mar mediterrâneo e dominaram cidades costeiras habitadas por cristãos e não primeiramente os ibéricos a invadir o solo africano.
Na verdade, para o muçulmano, a luta religiosa é um mandamento divino, pois o Corão obriga seus fiéis a difundir a fé em Alá, sob pena de serem responsabilizados pelos pecados dos que não forem convertidos. O verdadeiro crente não pode descansar enquanto o mundo inteiro não se ajoelhar aos mandamentos da Lei islâmica. Neste sentido, a religião apregoada por Maomé apresenta aspectos de fanatismo racista, como qualquer tipo de radicalismo ou de fundamentalismo. Um exemplo clamoroso de violência contra a liberdade de pensamento foi a condenação à morte do escritor Salman Rushdie, em 1989, pela publicação da obra Os versos satânicos, considerada ofensiva à religião de Maomé, segundo os Aiatolás do Irá: sua cabeça foi posta a prêmio por dinheiro e pela promessa do paraíso. Ele ficou durante muito tempo escondido, temendo a vingança dos fiéis da Jihad.
4) O estudo da personalidade de Maomé nos leva a perceber que o último dos três grandes profetas está mais próximo do primeiro do que do segundo. Era de se esperar que, como a figura espiritual de Jesus superou a de Moisés, substituindo o Antigo pelo Novo Testamento, o novo profeta viesse, seis séculos depois, para aperfeiçoar ainda mais a mensagem de Cristo. Mas, neste aspecto, houve um retrocesso. Maomé retomou a velha tradição judaica de matar em nome de Deus e de usar as mulheres como escravas domésticas. Acontece que as tribos humanas, quanto mais afastadas no tempo e no espaço, mais se aproximam dos animais, vivendo em função da lei da selva: matam para conseguir os alimentos (instinto da conservação própria) e os machos irrigam o sêmen em várias fêmeas (instinto da conservação da espécie).
Esse era o costume que ainda vigorava nas povoações árabes na época de Maomé. Teria sido muito bom se o novo Profeta, sentindo-se inspirado por Deus para dar uma nacionalidade ao povo árabe e difundir um novo conceito de espiritualidade no mundo todo, tivesse superado essas antigas tradições desumanas. Infelizmente, do ponto de vista ético, seu exemplo de vida foi pior do já existente: enquanto os costumes tradicionais dos árabes permitiam que um homem pudesse ter mais de uma esposa, desde que tivesse condições econômicas para sustentá-las, Maomé, pobre e inculto, encostou-se numa viúva rica, bem mais velha do que ele, para ascender socialmente. Inverteu a tradição: a mulher, em lugar de exigir, ela oferece o dote para ficar com o Profeta. E não foi só uma: conforme relatam os escritos sobre ele, Maomé casou com mais 15 mulheres, todas elas viúvas abastadas. Por ultimo, já mais velho, ficou noivo de uma menina de 9 anos, para aquecer sua concupiscência.
5) Questionando a estrutura da família: por que o deus Alá, que teria se revelado a Maomé, não lhe fez entender que a poligamia gera um caos familiar, sendo um desrespeito ao direito das mulheres e das crianças? É humanamente impossível que um homem possa cuidar dignamente de várias esposas e de inúmeros filhos, ao mesmo tempo. Se o relacionamento entre um homem e apenas uma mulher já é conflitante por gerar o choque entre duas personalidades diferentes, imagine-se que inferno deva ser a convivência entre várias esposas do mesmo marido. Isso só é possível numa sociedade em que a mulher seja desprovida de qualquer direito ou vontade, considerada apenas mais um objeto de uso doméstico, uma prisioneira coberta por uma burca, que torna desnecessário o uso de depilação, de maquiagem, de estudo, de trabalho, de participação na vida social. Será que a escravidão da mulher é vontade de Alá? Até quando irá durar o costume do pai do noivo escolher esposas em troca de porcos ou camelos?
E o que dizer, então, da prole numerosa? Quem é pai de verdade sabe que cada filho é um problema para o resto da vida, precisando de sustento, assistência, afeto, educação, encaminhamento para uma profissão. E isso não é um favor, mas um dever do pai e um direito da criança, pois nenhum ser humano pede para vir ao mundo. Gerar muitos filhos é seguir o costume dos animais que criam sem educar. Não é difícil constatar que quanto mais uma sociedade humana é civilizada, menor é o índice demográfico. A escravidão da mulher e a falta de planejamento familiar são heranças de uma sociedade patriarcal e machista que ofende a inteligência e o sentimento humano.
6) O fator fundamental que impede o avanço civilizacional dos povos de religião muçulmana é o regime teocrático, que permite o acúmulo do poder civil e religioso nas mãos de aiatolás, os mais altos dignitários da hierarquia islâmica. Estes se apresentam ao povo como enviados de Alá, tornando, assim, doutrina e preceitos incontestáveis. A submissão das mulheres, por exemplo, é legitimada por ser considerada vontade de Deus, conforme está escrito no Corão. O declínio da civilização árabe, em contraste com o progresso do mundo ocidental, é sempre atribuído a um culpado externo, especialmente o capitalismo norte-americano, considerado o grande Satã, contra o qual são alimentadas as várias forma de terrorismo, que chegam à autodestruição.
Mas uma luz está aparecendo no fim do túnel. Ultimamente, especialmente no Irã, a antiga Pérsia de longa tradição cultural, as mulheres estão começando a protestar publicamente contra a opressão dos aiatolás, lutando pela igualdade dos direitos civis. Esta luta poderá finalmente ter êxito graças à mídia eletrônica, contra a qual a censura religiosa e política têm pouco poder. A invenção da internet está tirando os povos do isolamento, da ignorância, do engano. Gente de cultura islâmica pode entrar diretamente em contato com pessoas de outra civilização, comparando e julgando diferentes modos de vida. Os horizontes se ampliam, permitindo constatar a relatividade da verdade e a estupidez da crença em valores absolutos.