Pensar é preciso/VIII/A tese da evolução

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A tese da evolução

A teoria da evolução, assim como apresentada por Darwin, pode ser resumida em três pontos fundamentais, ainda hoje objetos de discussões entre apoiadores entusiastas e oponentes denegridores: 1) os relatos da Bíblia foram escritos por homens, sem nenhuma intervenção divina, contradizendo verdades históricas, leis naturais e raciocínio lógico; 2) o ser humano, como as outras criaturas, não foi uma produção individualizada, feita pelas mãos de Deus, mas teve parentesco com primatas, chimpanzés ou gorilas, deles se diferenciando por um longo processo de evolução no tempo e no espaço; 3) o princípio evolucionista rege o Universo todo, bem maior e mais antigo do que se pensava: sua origem não remonta há apenas 60 mil anos, como erroneamente achavam os teólogos daquela época. A genialidade de Darwin reside no fato dele ter aproveitado a cultura anterior e ter lançado as bases doutrinais de cientistas, filósofos, sociólogos e ambientalistas que continuaram sua obra revolucionária, estabelecendo, assim, uma ponte entre o passado e o futuro da ciência. T.H. Huxley (não confundir com o famoso ficcionista Aldous Huxley, autor do Admirável mundo novo), biólogo amigo de Darwin, ao tomar contato com a teoria evolucionista, exclamou:

“Que imensa estupidez não ter pensado nisso antes!”

Mais estúpido é quem, ainda hoje, continua não acreditando na teoria darwiniana, dois séculos depois dos estudos de tantos ilustres cientistas que confirmaram, no todo ou em parte, a tese da evolução cósmica e humana. Negar o princípio universal da evolução é ficar parado no tempo: a fixidez é a morte! O problema é que o processo evolutivo, por ser muito lento, é quase imperceptível. O primata demorou milhões de anos para levantar as patas dianteiras, fazendo com que a cabeça olhasse mais alto, expandindo o horizonte de sua visão. Adquiriu a forma humana, mas ainda, até hoje, não alcançou um nível de inteligência capaz de separá-lo da animalidade. O homem ainda continua vivendo conforme os instintos mais baixos, seguindo a lei da selva, o mais forte comendo o mais fraco, como demonstram as guerras étnicas, a violência no campo e na cidade, o capitalismo “selvagem”, a corrupção política, a injustiça social, o egoísmo característico dos seres primitivos e das crianças. Assinalamos os mais importantes estudiosos que antecederam e sucederam o gênio britânico na pesquisa das ciências biológicas: