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Pesquisando/II/Pitágoras

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Pitágoras de Samos (572-510?), um dos maiores pensadores pré-socráticos, foi o primeiro filósofo-cientista a preocupar-se com o problema do método para o conhecimento da realidade. Infelizmente, dele e sobre ele sabemos muito pouco e indiretamente. Foi o cientista Euclides, no século III a.C., a dar aspecto formal a vários teoremas escritos pelos discípulos e seguidores de Pitágoras, entre os quais os mais conhecidos são o quadrado da hipotenusa e a escala numérica. O pitagorismo tornou-se um movimento que misturava religião e ciência. Era uma doutrina esotérica, hermética, pois compreensível apenas por círculo de iniciados, que defendia a metempsicose, a transmigração da alma por meio de corpos diferentes, bem como a purificação do espírito por meio do conhecimento. A ideia central do pitagorismo, porém, está na concepção da realidade como essência matemática. O mundo não pode ser conhecido por meio dos sentidos, que são enganadores, mas por um padrão racional com base nos números, nas proposições e nas formas geométricas. O número, à medida que quantifica, é o princípio da ordem e da harmonia. O método da aprendizagem filosófica e científica idealizado por Pitágoras é, portanto, essencialmente numérico ou quantitativo, pois, segundo ele, a tessitura profunda do universo é formada por acordes. A matematização, por considerar a realidade como algo absolutamente objetivo, comensurável, evita o dissenso, a controvérsia.