Não chores, cara esposa, que o Destino
Não chores, cara esposa, que o Destino
Manda que parta, á guerra me convida;
A honra prézo mais que a propria vida,
E se assim não fizera, fôra indigno.
«Eu te acho, meu Conde, tão menino
«Que receio...»— Ah! Não temas, não, querida;
A franceza nação será batida,
Este peito, que vês, é diamantino.
«Como é crivei que sejas tão valente?...»
Eu herdei o valor de avós, e paes,
Que essa virtude tem a illustre gente.
«Porém se as forças forem desiguaes?»
Irra, Condessa! És muito impertinente!
Tornarei a fugir, que queres mais?
Notas
[editar]Na collecção de Couto, já por vezes mencionada, vem este soneto com o seguinte titulo, que fielmente copiamos:
« Em dialogo, a certo Fidalguinho que, pedindo vir
« com licença a Lisboa da guerra do Roussillon por
« cá se deixou ficar; até que o obrigaram a voltar:
«o estylo é rasteiro, attentas as pessoas que fallam.»
[Nota de Inocêncio Francisco da Silva.]
- ↑ MATTOSO, Glauco. Bocage, o desboccado; Bocage, o desbancado. São Paulo: 2002. Disponível em <http://www.elsonfroes.com.br/bocage.htm. Acesso em: 28 maio 2014.