Christo morreu ha mil e tantos annos

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Christo morreu ha mil e tantos annos;
Foi descido da cruz, logo enterrado;
E ainda assim de pedir não tem cessado
Para o sepulchro d′elle os franciscanos!

Tornou a resurgir d′entre os humanos;
Subiu da terra ao céo, lá está sentado;
E á saúde d′elle sepultado
Comem á nossa custa estes maganos:

Cuidam os que lhes dão a sua esmola
Que ella se gasta na funcção mais pia...
Quanto vos enganais, oh gente tola!

O altar mór com dous côtos se allumia:
E o fradinho co′a puta, que o consola.
Gasta de noute o que lhe daes de dia.

Notas[editar]

  1. MATTOSO, Glauco. Bocage, o desboccado; Bocage, o desbancado. São Paulo: 2002. Disponível em <http://www.elsonfroes.com.br/bocage.htm. Acesso em: 28 maio 2014.
  2. SILVA, Inocêncio Francisco da (Org.). Poesias eroticas, burlescas e satyricas. Bruxellas: [S. n.], 1900. p. 208.