Uma Família Ingleza/XXIX

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OS AMIGOS DE CARLOS

A scena, que descrevemos no precedente capitulo, aggravou o estado moral de Carlos.

Cada vez mais concentrado, passava horas inteiras no quarto ou entranhava-se pelas ruas de verdura do jardim; cada vez mais triste, nem Jenny podia já inspirar-lhe aquellas promptas alegrias de outros tempos e tanto do caracter d'elle.

Jenny convenceu-se de que era mais do que um mero capricho o que assim se assenhoreára do coração do irmão.

E em Cecilia que seria?

A filha de Manoel Quentino havia desde muito evitado a presença de sua amiga. D'isto mesmo desconfiava Jenny.

—É preciso sondar aquelle coração tambem, e se o encontrar assim... então... então...

Esta reflexão terminou-a ella sentando-se á secretária e escrevendo:

«Cecilia.

É amanhã o dia dos meus annos. Não me reservará para então a surpreza de me assegurar que ainda vive? Repare que ha dois longos mezes que a não vejo. Fico esperando-a, desde o romper do dia de ámanhã.

Sua amiga

Jenny_.»

O dia seguinte era de facto o do anniversario de Jenny.

Cecilia recebeu a carta e hesitou sobre o que lhe convinha fazer. Tinha receio de ir, temia encontrar-se com Carlos; tinha remorsos de recusar, havia tanto que evitava a companhia d'aquella que sempre lhe dera provas de tanta estima! Além de que, terminára com a doença do pae o pretexto com que ella justificava a ausencia. Era demais um dia santo o dos annos de Jenny, e, como tal, mais livre para Cecilia. Em toda a noite não resolveu comtudo o que fizesse, nem fallou a alguem do convite recebido.

Começou o dia seguinte.

Carlos acordára com a resolução formada de abraçar algum partido decisivo. Era-lhe insoffrivel a incerteza, em que estava vivendo.

Com a cabeça apoiada entre as mãos, todo recolhido ao mundo interior e cortadas as relações com o externo, procurou assim descobrir o melhor caminho, por onde saísse d'aquella situação, insupportavel para o genio d'elle.

Não sei se deva aconselhar o meio como efficaz. Talvez seja mais prudente pensar com os olhos abertos para o mundo que nos rodeia, visto que n'elle vivemos e actuamos, e que, a não o incluirmos como elemento nos nossos calculos, corremos o risco de adoptar resoluções, que mais tarde nos valham choques incessantes e dolorosos conflictos.

O pensar com os olhos fechados é só bom quando se trata de cousas puramente metaphysicas; mas procurar assim regras de procedimento na vida, é imprudente.

O resultado que produziu em Carlos este systema de pensar, foi a seguinte carta, que elle escreveu com vivacidade quasi febril:

«Cecilia.

Ha dias recusou ouvir-me, quando o acaso me aproximou de si; não leve o rigor ou a desconfiança a ponto de desviar os olhos d'esta carta que escrevo, subjugado por uma necessidade irresistivel, por uma violencia do coração. Quando lhe fallei com toda a sinceridade, que inspira uma paixão vehemente, Cecilia tomou as minhas palavras por um simples galanteio e recusou escutal-as; e não haveria na minha voz alguma cousa a assegurar-lhe que eu não mentia? Como poderei esperar agora que seja mais efficaz esta carta, á qual não posso transmittir aquillo que se não traduz em palavras: o sentimento? Como a poderei convencer, Cecilia? Se imagina sequer o respeito, a veneração que tenho pelo nome de minha irmã, não acreditará que possa mentir, invocando-o, ao affirmar-lhe que a amo, Cecilia; se crê que a memoria de minha mãe é para mim de tanta adoração e saudades, como as que se apoderavam do coração de Cecilia e lhe transluziam no rosto, quando a vi ajoelhada no tumulo da sua, pela memoria de minha mãe lh'o juro tambem Que mais quer? que mais exige? Não me julgue pelo passado; entre elle e a minha vida de hoje elevou-se uma barreira, no dia em que principiei a trazer a sua imagem no pensamento e o seu nome, etc., etc...»

Eu pouparei ao leitor a transcripção na integra d'esta carta, que proseguia assim por mais algumas paginas e em estylo que, provavelmente, lhe deve ser familiar.

Carlos terminava por pedir a Cecilia, que lhe revelasse tambem o estado dos seus sentimentos. «Qualquer que seja a resposta, obrigar-me-ha a um passo decisivo para o meu futuro», terminava elle.

Acabava de assignar, fechar e sobrescriptar esta carta, e pensava na maneira de a enviar ao seu destino, quando ouviu um som de passos e de vozes, que cada vez parecia mais proximo, até que muitas, repetidas e violentas pancadas fizeram oscillar a porta do quarto, como se ameaçasse um arrombamento.

Carlos levantou-se em sobresalto, sem que lhe occorresse logo a explicação de todo aquelle ruido.

—Olá, santo ermitão—dizia uma voz pelo buraco da fechadura—abri a porta a uns pobres romeiros, que de longe vem, attrahidos pela fama da vossa piedosa vida.

Monsieur Charles—continuava outra voz—lás des soins d'ici bas, se retira loin du tracàs, á maneira do rato da fabula, que se penitenciava em um queijo; queira Deus que este tambem...

—Por causa de uma mulher recolheu-se Achilles á tenda, abandonando os companheiros. Os invulneraveis teem destas fraquezas.

—Alto lá, a insinuação é grave ou, pelo menos, anticipada. Nada de condemnar antes de ouvir.

—Abre, abre, Carlos; por ordem superior!

Carlos teve ainda alguns momentos de hesitação.

A vozeria redobrava; repetiam-se, com mais violencia, as pancadas na porta.

Resolveu-se emfim a abril-a.

Entraram. Eram os principaes companheiros dos seus passados divertimentos, muitos dos quaes já encontramos n'aquelle jantar da Aguia d'Ouro. Fartos de o aguardarem todas as noites, sem que em nenhuma de tantas o vissem apparecer, tinham resolvido procurar esse transfuga dos seus arraiaes.

Operou-se completa mudança de scena, digna, pela celeridade, de um tablado inglez.—Em poucos momentos, um bando de rapazes invadiu o quarto; e cêdo, cadeiras, mesas, sofás e leito foram occupados por elles, como por um enxame de abelhas.—Tudo era desordem minutos depois.

—Então que é isto? que é isto? Que quer dizer esta mysteriosa reclusão?—perguntava um, estendendo-se no sofá, em postura digna do sultão.

—Como se ha de explicar este eclipse total de um dos mais luminosos astros da nossa brilhante pleiade? A Venus do proscenio de S. João chora por ti; o genio que preside á feitura das costelletas da Aguia esmorece; no Guichard a deusa do paradoxo lamenta um dos seus mais fervorosos servos; é uma serie de calamidades por ahi além. Como as explicas tu?—Isto dizia outro, vasando meio vidro de curious essence sobre o fino lenço de bretanha.

—Expliquem-as como quizerem—respondeu Carlos, sentando-se com enfado, que não procurava encobrir.

—Ora que tem isso que explicar? disse o do sofá—Não fallaram ahi em eclipses? As minhas recordações de lyceu dizem-me que o eclipse é em geral o resultado da interposição de um astro entre nós e o eclipsado. Procurem aquelle que nol-o tem occulto...

—Imaginem que estive doente—acudiu Carlos, tentando desviar a conversa da direcção que este seu amigo lhe dera.

—Rejeitada a explicação por maioria—bradou um rapaz louro e de modos feminis, typo de Apollo de cake, cartaz vivo de cabelleireiros e alfaiates, ageitando ao espelho as complicadas madeixas de um cabello monumental.

—Por unanimidade—bradaram mais dois.

—Adopto-a eu—contradictou um occupado a despejar quantas gavetas encontrava, á procura de lumes para accender o charuto.—Carlos está doente, mas... do coração... Pois que é o amor?

Ah nhe d'amore La fiamma io sento

trauteou o do toucador, cantando a aria de Rosina.

—A tua alma está doente, Carlos—sentenciou um estudante de medicina, que era tido na conta de espirituoso.—E essa pathologia é a minha especialidade.

—Que falle a sciencia então; que falle a sciencia—exclamaram alguns.

O estudante sentou-se ao lado de Carlos, revestiu-se de um ar de gravidade doutoral, e tomando-lhe'o pulso, principiou:

—A alma padece de mui variadas fórmas. Temos os pruridos da duvida, doença chronica nos philosophos que procuram a certeza; hypertrophias de crenças, mal frequente aos vinte annos; aneurismas de aspirações, muito vulgares em bachareis formados; ictericias de desespêro, nos chefes de familia numerosa; fracturas de caracter, nos homens politicos; luxações de senso commum, nos poetas; paralysias de ociosidade, nos empregados publicos; dyspepsias de indignação, nos contribuintes; noli me tangere de susceptibilidades, nos deputados fluctuantes; convulsões de enthusiasmo, em afilhados de ministros; marasmos de desalento, em pretendentes sem protecção; cancros de exigencias, em diplomatas indispensaveis; epilepsias de ciumes, nos maridos; e as cataractas do amor, em...

—É a doença de Carlos, é a doença de Carlos.

Carlos moveu-se com impaciencia.

—Pois é terrível doença!—continuou o orador—Vejamos. Causas:—É hoje inquestionavel que esta especie de cegueira procede de ordinario da exposição do doente ao fogo e esplendor de uns olhos e ao halito embalsamado de uns labios de mulher. Para evitar o contagio construíram-se em tempo varios estabelecimentos hygienicos a que chamaram conventos. A doença porém zombou d'elles, como costumam fazer as verdadeiras epidemias dos lazaretos e cordões sanitarios, e até no famoso hospicio de Thebaida se manifestaram casos d'ella. A mocidade é condição favoravel para se contrahir o mal; porém na velhice é elle mais para temer, por de mais tristes consequencias. De resto, traz de ordinario comsigo esta molestia sérias complicações.

Carlos mordia os labios de impaciencia; o amigo continnuou, entre as gargalhadas dos outros:

—Os symptomas são variados. Em geral o doente tem physionomia de parvo caracteristica; no intervallo dos accessos cáe em uma especie de beatifica idiotia, da qual nem os causticos o arrancam. Nos paroxismos chega a arrepellar os cabellos, a amarrotar os collarinhos, a soltar gritos, que bolem com a vaidade dos tigres, e arrulhar de maneira que causa o desespêro dos pombos. Nos casos mais fortes, a doença toma um caracter de malignidade e o doente faz-se poeta. N'este estado o medico perde as esperanças e reclama os sacramentos... do matrimonio.

—E o tratamento? e o tratamento?—perguntaram alguns rindo.

—A hygiene é tudo, meus amigos; mal vae se a profilaxia não atalhou a molestia. Nas Confissões de João Jacques allude-se, como preservativo, ás mathematicas. Não approvo. Para mim é averiguado que as mathematicas tem só por effeito o imprimir á doença a feição perniciosa. O mathematico amoroso é a mais rebelde especie de doente, de que ha noticia. Entra nos incuraveis. Os meus preceitos são outros. Recommendo a gastronomia, porque as funcções do estomago e do coração são antagonistas. Aconselho a leitura do Feliz independente, e de todas as obras de bom senso—antidoto do amor.—Mas se a molestia, apesar de tudo, progride, então o especifico mais heroico para radicalmente a curar...

—Qual é?—perguntaram simultaneamente.

—O casamento.

De todos os circumstantes foi Carlos o único que não applaudiu a dissertação do amigo. Passeiava a passos largos com impaciencia crescente.

—Peço-lhes, por especial favor, que me deixem em paz—disse elle, acalmada a trovoada de gargalhadas.

—Deves-nos uma confidencia—tornou-lhe o do sofá, tomando uma posição ainda mais orientalmente commoda.

—É uma satisfação—acrescentou outro, empunhando um florete, e pondo-se em posição de esgrima.

Carlos nunca se sentira de tão má vontade para com os seus amigos.

—A cousa é facil de explicar—disse elle sêccamente.—Sabem que sou, que sempre fui homem de caprichos. A agradavel convivencia dos meus amigos principiara a enfastiar-me de morte. Resolvi pois furtar-me ao prazer—invejavel—de os ver. Ahi teem. Passando-me isto, encontrar-me-hão de novo talvez, e talvez que não.

—Nada, nada. A camara, ouvidas as explicações do ministro, não se dá por satisfeita, nem passa á ordem do dia—replicou o do florete.—Ha ainda cousas a esclarecer. Você deve-nos um relatorio. Aquella celebre mascara? aquelle mysterioso dominó, que prometteu seguir até o fim do mundo, nas vesperas da sua sequestração? Nunca mais se fallou em tal, e ha quem insista em ver ahi o principio de tão subita conversão.

Carlos recebeu uma desagradavel impressão com a importuna lembrança e sentiu vontade de tomar a serio a posição bellica, que o interpellante conservava, e fazel-o arrepender de possuir tão boa memoria.

Limitou-se porém a responder:

—Não me perguntem cousa alguma a esse respeito, porque nada lhes posso dizer.

—Ah! mysterios!... Ai, amor! amor!—exclamou o do espelho, e continuou, cantando:

Dove non ride amore
Giorno non v'ha sereno...

—Deixem Carlos; um juramento, feito a horas mortas, tendo por testimunhas as estrellas, e uns olhos, mais brilhantes ainda, é sagrado.

—Nada posso dizer, porque nada sei—acudiu Carlos, despeitado pela interpretação que deram ás suas primeiras palavras.

—E nada sabes, porque nada viste? Meu caro, a tua discrição vae sendo de mau gosto—disse o do sofá, executando um movimento, em virtude do qual lhe subiram as pernas cincoenta centimetros e lhe desceu outro tanto a cabeça.

Eureka! Eureka!—bradou um que se aproximára da mesa—uma prova irrecusavel do crime!... O instrumento do delicto! Uma carta!...

A estas palavras Carlos estremeceu. O da descoberta empunhava com gesto triumphante a carta escripta momentos antes a Cecilia.

—Uma carta! E de que especie?—perguntava o côro.

—Ora! papier rose e odeur enivrant—respondeu o outro, aproximando-a do nariz, com gesto expressivo.

Carlos teve vontade de atirar pela janella fóra aquelle seu amigo, que proseguiu:

—E o sobrescripto diz...

—O quê?... o quê?...—perguntaram todos, acercando-se d'elle com ardente curiosidade.

—É indiscrição de mais!—exclamou Carlos, levantando-se para lhe arrancar a carta das mãos.

Os outros detiveram-o.

—Que é isso? D'onde te surgiram, á ultima hora, esses escrupulos de donzella ingenua?

—Prohibo-lhes que... — dizia Carlos, esforçando-se por se lhes livrar dos braços.

—Ora deixa-te de pieguices—respondiam elles, rindo e continuando a segural-o.—Lê tu d'ahi depressa, antes que o leão se solte. Olha que está furioso! Não imaginas.

—«Excellentissima senhora»—lia vagarosamente o da carta, como para prolongar mais a scena que o divertia.

—Ah... Ex... cel... len... tis... si... ma!—repetiam os outros, accentuando cada syllaba.

—Cecilia de...—continuava o que lia.

—Ce... ci... lia! Oh nome musical!

—Phylarmonica invocação!

—Santa patrona da harmonia!

—Inspiradora da harpa!

Por um movimento mais energico e imprevisto, Carlos conseguiu afastar o grupo, que lhe estorvava a passagem, e correndo á mesa, tirou finalmente a carta das mãos do que a havia descoberto.

—Ha certas familiaridades, para que não auctoriso ninguem—disse elle, pallido e agitado de indignação e de raiva.

Depois tocou a campainha com violencia.

Acudiu ao chamamento o seu criado particular.

Carlos entregou-lhe a carta, dizendo:

—Leva ao seu destino.

Ia o criado a retirar-se, quando elle o reteve para lhe dizer ainda a meia voz:

—Se te perguntarem... dize que é do mando de... miss Jenny.

O criado, mostrando ter comprehendido, saíu.

Todos haviam guardado silencio até então, seguindo com pasmo os movimentos de Carlos.

Depois do criado se retirar, ainda este silencio se manteve por algum tempo; a final uma voz disse:

—Bonito final de acto! O criado sáe, Carlos senta-se sorumbatico, e os outros actores contemplam-o attonitos e... aparvalhados—Tableau.

A estas palavras, todos se entre-olharam e, como se se achassem uns aos outros ridiculos, soltaram unisona gargalhada.

Carlos julgou melhor sorrir tambem, ainda que interiormente se lhe estivesse redobrando a impaciencia.

—Palavra de honra!—continuou um—que nunca vi Carlos assim. Está romantico.

—Ultra!

—Furioso!

—Como um leão!

—Como um touro!

—Como um turco!—disse o de tendencias orientalistas.

—Vá, vá, Carlos; observa os bons principios. O amor fez te selvagem. Civilisa-te.

—Conta-nos a historia d'essa Cecilia.

—É alta ou baixa?

—Morena ou loura?

—Typo grego ou oriental?

—Aposto que é a do dóminó.

—Com certeza.

—Vá, homem; conta-nos como isso principiou.

—Olha que uma paixão concentrada é um ninho de aneurismas; cautela!—disse o medico das doenças de alma.

—Cecilia! É euphonico na verdade!

—Peço-lhes que não continuem a fallar assim de um nome que eu... respeito.

Uma risada geral acolheu o pedido.

—Ah! ah! ah! Estás muito bom!

—Está delicioso!

—Nunca o vi apurado a este ponto!

—Ó Carlos!

Povero amico~!

O rubor de despeito e de cólera tingiu as faces de Carlos.

—Repito. Que eu respeito. Julgo que me darão licença para poder fallar serio alguma vez.

—Ah! de certo. Mas, sempre que isso acontecer, eu não me hei de poder ter com riso.

—Tu a fallares serio!

—Então de facto estás apaixonado? Pois conta-nos isso. Bem sabes que os amigos são para as occasiões.

Amicus certus...

—Canta a tua aria de confidencia, que o côro te secundará...

—Quando não, procuraremos, descobriremos, e depois então seremos implacaveis, crueis! Vê lá!

—Fatal dóminó!

—Pois acreditas?

—É elle com certeza.

—Ó Carlos, acautela-te. Colheste a flor em mau terreno; apanhaste a perola em agua bem envolta, um baile de mascaras!

Carlos tentou obrigal-os ao silencio pelo silencio.

—Estou resolvido a não lhes dar explicações. Por isso quando quizerem deixar de ser inutilmente importunos...

Ainda por muito tempo não adoptaram elles essa resolução. A assembleia manteve-se em ruidosa e desordenada discussão por mais de meia hora. Carlos fingiu ler.

Emfim viu-os sair e respirou, como se livre de um peso, que lhe comprimisse o peito.

—Adeus, Carlos, muchas venturas!—dizia um.

—Faço votos pela tua felicidade—secundava outro.

—Adeus, adeus.

Um cantava:

Ai quem me dera em Sevilha,
Onde a travêssa hespanhola
Sob a elegante mantilha
As negras tranças enrola.

E a alegre companhia abandonou tumultuariamente o quarto.