Compendio de Botanica/VII
CAPITULO VII.
Do tecido vascular ou tubular (contextus, complexus vascularis, seu tubularis).
SECÇÃO I.
Anatomia.
O tecido vascular he a segunda modificação de tecido elementar. Os vasos são, humas vezes laminas de tecido elementar enroladas sobre si mesmas, de maneira a formar canaes, outras vezes são cellulas mais ou menos alongadas, collocadas extremidade com extremidade, cujos diaphragmas tem muitas vezes desapparecido. Estes vasos não são continuos desde a base até ao apice da planta, mas se anastomosão frequentes vezes entre si, e acabão algumas vezes em tecido cellular. As paredes destes vasos são algumas vezes bastante espessas, pouco transparentes, furadas de hum grande numero de aberturas, que communicão com as partes no meio das quaes existem. Ha sete especies principaes de vasos; a saber: 1.º vasos nodosos: 2.º porosos: 3.º fendidos ou falsas tracheas: 4.º tracheas verdadeiras: 5 º mixtos: 6.º vasos proprios: 7.º tubos ou vasos simplices.
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ARTIGO 1.º
Vasos nodosos.
Estes vasos são tubos porosos, apertados de distancia em distancia por especies de gargantas, que separão entre si os nós por meio de repartimentos, ou diaphragmas furados de buracos bem como crivos: achão-se com mais frequencia na junção da raiz com o tronco, e das hastes com os ramos. Estes vasos são simplices ou ramosos, que poderião muito bem ser considerados, segundo Richard, como simplices cellulas do tecido areolar, regularmente dispostas por series ou linhas longitudinaes.
ARTIGO 2.º
Vasos porosos (pontuados segundo Richard).
Estes representão tubos continuos, offerecendo hum grande numero de pontos opacos, que outros tem considerado, como Mirbel, sendo poros dispostos por linhas transversaes. Achão-se nas camadas lenhosas do tronco e ramos.
ARTIGO 3.º
Vasos fendidos ou falsas tracheas.
São tubos cortados por fendas transversaes e pouco differem dos antecedentes, que De Candolle chama vasos fendidos, raiados, ou riscados, cujas fendas são negadas por muitos authores, e affirmadas por Amici. Achão-se abundantemente nas camadas lenhosas dos vegetaes dicotyledones, e nos fasciculos lenhosos dos monocotyledones.
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ARTIGO 4.º
Tracheas verdadeiras.
São formadas por huma lamina argentina e transparente, enrolada sobre si mesma em fórma de espiral, tocando-se os seus bordos de modo, que sem contrahir adherencia, não deixão espaço entre si; com tudo algumas espiraes das tracheas não se desenrolão. Observão-se á roda da medulla nas plantas dicotyledones, e no centro dos filetes lenhosos das monocotyledones. Achão-se algumas vezes nas raizes e nas nervuras das folhas, petalas, e filetes dos estames. Viriani de Genova, no seu tratado de Anatomia e Physiologia vegetal publicado em 1832, considera, como Hedwig, os vasos espiraes ou tracheas, que Grew chama vasos aereos, como compostos de duas partes, a saber: de hum tubo recto e central cheio de ár, que por isso chamou vaso pneumatophoro; e de hum tubo em espiral enrolado sobre o precedente cheio de fluido aquoso, que chamou vaso chylifero.
As tracheas não são sempre simplices, achão-se commummente dobradas e triplicadas; como se observão em muitas plantas monocotyledones, na bananeira em particular.
ARTIGO 5.º
Vasos mixtos.
Os vasos mixtos participão da natureza de todos os outros, isto he, são alternativamente porosos, fendidos, enrolados em espiral nos differentes pontos da sua extensão; com tudo, segundo as observações de Amici, as tracheas falsas nunca se tornão tracheas verdadeiras, e que estas duas especies de vasos occupão hum lugar inteiramente differente no interior do vegetal.
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ARTIGO 6.º
Vasos proprios.
Estes vasos, chamados tambem reservatorios dos succos proprios, são tubos curtos não porosos, contendo hum succo proprio particular a cada vegetal; v. g. como a resina nas coniferas, e hum succo leitoso nas euphorbias. Acha-se nas cascas, medulla, folhas, e flores; humas vezes solitarias, outras vezes reunidas em fasciculos. Mirbel e Treviranus os dividem em simplices e compostos. Os primeiros são fileiras simplices de cellulas subindo ao longo do tecido cellular: os segundos são fasciculos de vasos proprios simplices, que pela sua reunião deixão entre si hum espaço vasio, em que depositão seu succo proprio.
ARTIGO 7.º
Tubos ou vasos simplices.
Estes vasos são de volume variavel, muitas vezes ramificados e anastomosados entre si, de paredes delgadas mais ou menos opacas, que não apresentão poro algum visivel.
ARTIGO 8.º
Fibras.
Estas differentes especies de vasos, a que se poderia acrescentar hum grande numero de outras modificações, se reunem muitas entre si, e constituem fasciculos alongados, soldados por tecido cellular, e fórmão então o que se chamão fibras propriamente ditas. São estas fibras, ou fasciculos de tubos, os que constituem o esqueleto da maior parte dos orgãos folheaceos dos vegetaes.
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ARTIGO 9.º
Parenchyma.
Chama-se ao contrario parenchyma, a parte ordinariamente molle, composta essencialmente de tecido cellular, que se observa nos fructos, folhas, etc. Sendo por tanto a fibra opposta á parenchyma; e toda a parte que não he fibrosa, he composta de parenchyma. O tecido parenchymatoso e fibroso, unido de diversas maneiras, constitue os differentes orgãos vegetaes, pois que em todos, em ultima analyse, se achão somente estas duas modificações essenciaes do tecido fundamental.
ARTIGO 10.º
Poros.
Os poros ou aberturas, de que são furados os vasos porosos, são frequentemente organizados como os poros da epiderme, isto he, que offerecem no seu contorno huma especie de rebordo circular, segundo a observação de Mirbel confirmada por Amici.
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SECÇÃO II.
Physiologia.
Tem-se discutido muito sobre a natureza, e origem dos vasos vegetaes. Huns tem attribuido á seiva, que elevando-se da raiz para a parte superior, abria conducto atravez do tecido cellular, vindo por esta maneira os vasos a serem formados por huma causa mecanica. Outros tem avançado, que os tubos erão somente modificações do tecido cellular, cujas laminas erão diversamente enroladas sobre si mesmas.
Os vasos são originariamente cellulas, segundo Mirbel, como pode ver-se nos trabalhos feitos sobre a estructura dos orgãos productores da marchantia polymorpha, apresentados ultimamente á Academia das Sciencias de Pariz em Janeiro de 1833.
Muitos physiologistas tem dividido os vasos, em vasos lymphaticos ou seivosos, em vasos de succo proprio, e vasos aeroes, segundo os usos a que são destinados: com tudo a pesar da divergencia dos authores de anatomia e physiologia vegetal, muitos hoje admittem, que as tracheas, as falsas tracheas, os vasos porosos, e em geral, todos os orgãos tubulosos ou cellulares dos vegetaes, que offerecem buracos ou fendas visiveis, são orgãos proprios á transmissão dos fluidos aeriformes.
Ainda que os poros que se observão nas paredes das cellulas alongadas, dos vasos nodosos, e porosos, tenhão sido vistos e descriptos, com huma exactidão minuciosa, por muitos authores modernos, especialmente por Mirbel e Amici; todavia Dutrochet, na sua memoria sobre a anatomia da sensitiva, nega a existencia delles nos vegetaes, o qual pretende que os orgãos descriptos por Mirbel, como poros cercados de hum rebordo saliente, não são outra cousa mais que pequenas cellulas globosas, collocadas na espessura das paredes das areolas do tecido cellular ou dos vasos, e cheias de huma materia verde transparente. Estas cellulas, diz o observador, na sua qualidade de corpos esphericos, transparentes, reunindo os raios luminosos em hum foco central, devem parecer opacas na sua peripheria, e transparentes no centro, o que dá lugar a crer que são furadas; com tudo Richard julga, que Dutrochet se tem enganado, porque os corpusculos que examinou, e que tomou por poros descriptos por Mirbel, são orgãos absolutamente differentes. Estes são grãos de substancia amylacea, ou pequenos corpos glandulosos esverdinhados, disseminados em abundancia em todas as partes do tecido vegetal, aos quaes Turpin tem recentemente dado o nome de globulina. O Author tem examinado depois, qual he a natureza e usos desta materia esverdinhada, e pelos reagentes chimicos que empregou, conheceu que esta substancia se comporta da mesma maneira, que a substancia cerebral dos animaes; e conclue que esta materia esverdinhada he hum verdadeiro systema nervoso, ou antes os seus elementos dispersos, chamados por elle corpusculos nervosos. Esta consideração he apoiada pela analogia da natureza chimica dos corpusculos globosos, e fortificada pela observação da estructura intima do systema nervoso de certos animaes, como os molluscos gastropodos, cuja substancia medullar cerebral he composta de cellulas globosas, agglomeradas, sobre as paredes das quaes existe huma grande quantidade de corpusculos globosos e ovaes, que são verdadeiramente pequenas cellulas cheias de substancia medullar nervosa.
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A similhança desta organização nos animaes, com a que acabamos de indicar nos vegetaes, induzio Richard a conformar-se e a convir com Dutrochet, que os vegetaes são providos do systema nervoso.
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Os vasos mixtos parecem preencher quasi as mesmas funcções que os outros vasos; porque os vasos nodosos servem de canaes intermediarios, para fazer circular a seiva dos grossos vasos dos caules para os dos ramos. Os vasos porosos parecem ser destinados a circular e elaborar os succos aquosos fornecidos pela seiva; os quaes se obliterão totalmente em hum ponto, para tornar a apparecer em outro, terminando sempre no tecido cellular. As falsas tracheas são os principaes canaes da seiva, que por meio dos seus poros a conduzem ás partes lateraes, e de huma extremidade á outra do vegetal.
SECÇÃO III.
Da estructura do ovulo antes da impregnação, e das modificações por que passa até á madureza do grão.
Havendo na primeira parte fallado circunstanciadamente á cerca do grão, vamos tratar da estructura do ovulo, antes de fallarmos da germinação.
O ovulo, isto he, o corpo que depois da fecundação contêm o embrião, e por conseguinte antes de ficar grão, apresenta em seu desenvolvimento phenomenos muito notaveis, cujo estudo explica muitos pontos da organização do grão, que até aqui tem estado litigiosos pela extrema divisão das opiniões dos authores, que tem tratado desta parte da Botanica. Não obstante os trabalhos de Grew em 1672; de Malpighi em 1675; de Camerario em 1694; de Morland em 1703; e dos dous Geoffrois em 1704 e 1711; de Turpin em 1806; de Aug. St. Hilaire em 1815; de Dutrochet e Brogniart em 1822; somente os trabalhos de Roberto Brown em 1825, e Treviranus em 1828, he que tem dado o maior esclarecimento sobre este importante objecto; com tudo occupar-nos-emos dos trabalhos de Mirbel, porque forão aquelles que derão huma nova luz a hum objecto, que parecia estar já perfeitamente esclarecido.
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Mirbel tinha dito nos seus elementos de Physiologia vegetal, que o ovulo principiava por ser huma massa de tecido cellular, em que se não distinguia primitivamente separação de alguma membrana, o que parecia estar em contradicção com as suas observações mais recentes; depois Mirbel emprehendeo novas investigações, e teve a feliz idea de seguir o desenvolvimento, desde o momento, em que o ovulo começa a mostrar-se no interior do ovario, isto he, muito tempo antes do desabotoamento da flor, e por esta marcha conseguio os resultados novos, como vamos mostrar.
O ovulo examinado no momento, em que elle começa a manifestar-se no botão da flor, apresenta-se debaixo da fórma de hum pequeno tuberculo, perfeitamente lizo e inteiro, que cortado transversalmente, he simplesmente composto de tecido cellular sem distincção de membrana; seguindo os desenvolvimentos successivos deste corpo, vê-se que pouco tempo depois se fura no seu apice, e atravez desta abertura sahe hum corpo interior, que faz huma eminencia mais ou menos consideravel. Esta abertura augmenta de diametro, á medida que o corpo interior se desenvolve; não he raro que a corpo interior adquira hum tal augmento de volume, que a membrana exterior seja reduzida a huma especie de cupula, que abraça somente a parte inferior do orgão contido. Se estudarmos nesta epoca a estructura interior do ovulo, vê-se que he a seguinte: 1.º no centro ha inteiramente hum corpo celluloso sem apparencia de membrana distincta, chama-se nucella; este corpo he rodeado de duas membranas igualmente perfuradas no seu apice: 2.º a exterior, ou primina, apresenta, sobre hum ponto da sua superficie exterior, o funiculo ou cordão vascular, que a une ao pericarpo. A sua abertura superior, que he algumas vezes muito dilatada, chama-se exostomo. Pela parte interna da primina ha huma segunda membrana, que não tem adherencia com ella senão pela sua base, e pelo ponto opposto ao seu apice perfurado; he a secundina, que apresenta igualmente huma abertura apicilar, correspondente á da primina, chamada endostomo. Estas tres partes a primina, a secundina, e a nucella são distinctas huma da outra, e somente tem adherencias entre si pela sua base. A chalaza, ou o hilo interior, corresponde algumas vezes immediatamente ao hilo ou cicatriz exterior, outras vezes he mais ou menos afastada. A chalaza, segundo Mirbel, he a base do ovulo, entretanto que Brown considera o exostomo, como indicando a base deste orgão. Á medida que se manifestão mudanças na estructura do ovulo, manifestão-se tambem na sua posição. Assim o ovulo muitas vezes he voltado em totalidade; isto he, que pelo desenvolvimento consideravel de hum só dos lados, o apice perfurado parece aproximar-se da base ou da chalaza, outras vezes o exostomo vem quasi tocar o hilo, entretanto que a chalaza lhe he opposta. Em fim acontece algumas vezes, que as diversas partes do ovulo não soffrem mudança alguma de posição, e ficão naquella que occupavão primitivamente, isto he, que o hilo, e a chalaza se correspondem, entretanto que o exostomo lhe he diametralmente opposto. Taes são as tres posições que o ovulo pode apresentar. Mirbel comprehendeu, debaixo de nomes particulares, os ovulos que apresentão cada huma dellas, aos primeiros chamou campulitropos, aos segundos anatropos, aos ultimos orthotropos. Os ovulos orthotropos são aquelles em que o hilo e a chalaza se correspondem. Todos os ovulos, no seu primeiro gráo de desenvolvimento, começão sempre por ser orthotropos. Os ovulos campulitropos são muito communs, nelles o hilo e a chalaza se correspondem ainda exactamente; mas por hum movimento de rotação o exostomo se aproxima desta ultima. Os ovulos anatropos são aquelles, em que o exostomo e a chalaza são diametralmente oppostos como nos orthotropos, mas o hilo se aproxima do exostomo, ao qual he contiguo, e he separado da chalaza por hum raphe, que occupa todo o comprimento de hum dos lados do ovulo. Em fim ha ovulos, que apresentão ao mesmo tempo caracteres proprios aos anatropos e aos campulitropos, isto he, que o exostomo he contiguo do hilo, como nos anatropos; a chalaza não he separada do hilo, senão por hum raphe muito curto. Mirbel lhes dá o nome de amphitropos.
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A nucella experimenta, após das primeiras mudanças, outras importantissimas na sua estructura intima, porque sendo primitivamente huma massa de tecido cellular, logo depois o interior desta se faz ôcca, e se fórma então huma membrana cellulosa sem abertura chamada tercina, que vem a ser o chorion de Malpighi. Do apice da cavidade deste terceiro involucro se vê sahir huma lamina de tecido cellular, que fórma a parte interna, formando a quarta membrana chamada quartina. Desta quarta membrana, antes de Mirbel ninguem tinha fallado, e se tinha confundido sempre com a tercina: com tudo estes dous involucros differem essencialmente, tanto pelo seu nascimento, como pelo seu crescimento.
No interior da quartina se desenvolve outro orgão, que Mirbel chama quintina, e Malpighi chama sacco amniotico. Em huma nucella cheia de tecido cellular, ou em huma quartina que se tem enchido, he que se vê a quintina apparecer, ao principio debaixo da fórma de huma tripa delgada, que de huma parte péga no apice da nucella, e da outra á chalaza; esta se engrossa na sua parte superior, e o embrião não tarda a mostrar-se pela sua parte inferior. A quintina destaca-se da chalaza, he difficil algumas vezes de perceber na occasião em que ella adhere; mas quando a tercina se tem destruido, ou que se tem formado hum vacuo na quartina, o desenvolvimento da quintina não he absolutamente o mesmo, porque então não adhere á chalaza pela sua base, mas he simplesmente suspendida, como hum lustre, no apice da quartina.
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O embrião fórma-se no interior da quartina. Os rudimentos deste orgão mostrão-se constantemente na parte superior desta membrana, debaixo da fórma de granulações opacas, que se reunem para o constituir. Este corpo, á medida que cresce, se afasta do apice da quintina, á qual fica todavia adherente por hum filete tenrissimo, que se estende á extremidade da radicula, e que se chama filete suspensor.
O endosperma he formado, em igual concorrencia da quartina, independente da tercina e da quintina, já admittido por Roberto Brown; e he o que se observa, por exemplo, nos generos tulipa, tradescantia, e outros.
Resumindo o trabalho de Mirbel, o qual admitte cinco periodos no desenvolvimento do ovulo, a saber: 1.º o ovo vegetal á nascença he huma excrescencia polposa, conica sem abertura: 2.º o exostomo e o endostomo se abrem e se dilatão insensivelmente, até que tenhão chegado ao maximo da sua amplitude, e então he manifesta a existencia da primina, e da secundina, cujas duas aberturas são os orificios. A tercina não existe menos, mas então he apenas huma massa cellulosa, redonda ou conica, cujo apice fica saliente fóra da secundina, no fundo da qual está fixada a sua base: 3.º a primina e a secundina soldadas entre si tomão hum crescimento consideravel, fechão o seu duplo orificio, e occultão por consequencia a tercina, que muitas vezes fica hum sacco membranoso: 4.º a quartina nasce de toda a superficie da parede interna do ovulo. A quintina alonga-se em huma tripa, que pega pela sua extremidade inferior, no ponto correspondente da chalaza, pela sua extremidade superior, ou ponto correspondente ao endostomo. Nesta parte da quintina he que appareceu o primeiro esboço do embrião, debaixo da fórma de hum pequeno globo suspenso em hum filete delicadissimo. Neste periodo se considera a epocha em que o ovulo passa ao estado de grão: 5.º a quintina se alarga e o embrião desenvolve as suas cotyledones, assim como a radicula, e chega á sua grandeza natural. A materia do perisperma ou do endosperma se fórma, quer nas cellulas da quintina, quer nas da quartina, ou tercina; então já não he possivel reconhecer mais os diversos involucros do ovulo, que passou ao estado de grão.