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De Magistro/Capítulo 1

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De Magistro


TEXT IS ANN VS 389 - LIBER VN VS
SANCTI A VRELII AVGVSTINI
EPISCOPI HIPPONENSIS


Lateinisch/Deutsch
Herausgegeben von
Burkhard Mojsisch
Stuttgart-1998


I

1.Augustini - Quid tibi videmur efficere velle, cum

loquimur?

I - Concepção agostiniana
de linguagem

1.Agostinho - O que compreendes desejarmos

fazer ao falarmos[1]?

2.Adeodatus - Quantum quidem mihi nunc occurrit, aut docere aut discere.

3.Augustini - Unum horum video et assentior: nam loquendo nos docere velle mamifestum est; discere autem quomodo?

4.Adeodatus - Quo tandem censes, nisi cum

interrogamus?

2.Adeodato — Pelo quanto agora me ocorre, ensinar ou aprender.

3.Agostinho - Compreendo e assinto com um destes, pois falando estaria manifesto desejarmos ensinar, por outro lado, como aprender?

4.Adeodato — Como opinas então, senão ao

interpelarmos[2]?

5.Augustini - Etiam tunc nihil aliud quam docere nos velle intellego; nam quaero abs te, utrum ob aliam causam interroges, nisi ut eum, quem interrogas, doceas quid velis?

6.Adeodatus - Verum dicis.

7.Augustini - Vides ergo iam nihil nos locutione nisi, ut doceamus, appetere.

8.Adeodatus - Non plane video; nam si nihil est aliud loqui quam verba promere, video nos id facere, cum cantamus. Quod cum saepe soli facimus nullo praesente, qui discat, non puto nos

docere aliquid velle.

5.Agostinho — Ainda, nesse caso compreendo nada diverso desejar que não ensinar. Te arguo se porventura terias outra causa para interpelar a alguém, que não ser ensinado sobre o que desejas?

6.Adeodato - Dizes a verdade!

7.Agostinho - Vêdes agora certamente, que com a locução nada mais desejar que não ensinar.

8.Adeodato - Não tão claro assim compreendo; se falar nada mais fosse que palavras proferir, ao cantarmos isto se faz. Dado que frequentemente a sós o fazemos e sem audiência, considero com isso não

desejar ensinar.

9.Augustini - At ego puto esse quoddam genus docendi ber commemorationem, magnum sane, quod in hac nostra sermocinatione res ipsa indicabit. Sed si tu non arbitraris nos discere, cum recordamur, nec docere illum, qui commemorat, non resisto tibi, et duas iam loquendi causas constituo, aut ut

doceamus aut ut

9.Agostinho — Contudo[3] de grande valor julgo ser essa condição de ensino por rememoração[4], que aqui por si a nossa conversa per si indicará[5]. Mas, se tu não julgas aprender ao rememorar e tampouco rememora aquele que ensina, não te contesto. Agora, instituo duas causas para a locução, ou ensinar ou

rememorar quer em outros

commemoremus vel alios vel nos ipsos, quod etiam, dum cantamus, efficimus; an tibi non videtur?

10.Adeodatus - Non prorsus; nam rarum admodum est, ut ego cantem commemorandi me gratia, sed tantummodo delectandi.

11.Augustini - Video, quid sentias. Sed nonne adtendis id, quod te delectat in cantu, modulationem quandam esse soni? Quae quoniam verbis et addi et detrahi potest, aliud est loqui, aliud cantare; nam et tibiis et cithara cantatur, et aves cantant, et nos interdum sine verbis musicum aliquid sonamus, qui sonus cantus dici potest, locutio non potest; an quicquam est, quod contradicas?

12. Adeodatus - Nihil sane.

quer em nós mesmos, como o fazemos ao cantarmos. À ti assim não seria compreendido?

10.Adeodato - Não especificamente, raro seria que se desse à rememorar; mas sim advém do encanto no canto.

11.Agostinho - o que ajuízas[6] compreendo, mas não atentarias que aquilo que no canto deleita, seria certa modulação do som? Desde que se possa adicionar ou subtrair palavras, uma coisa seria falar, outra cantar. Efetivamente ao som de flautas e citara se canta; os pássaros cantam e mesmo nós alguma música sem palavras entoamos, que sons de canto se poderia chamar, contudo locução não. Objetarias algo?

12.Adeodato - Seguramente

nada.

13.Augustini - Videtur ergo tibi nisi aut docendi aut commemorandi causa non esse institutam locutionem?

14.Adeodatus - Videretur, nisi me moveret, quod, dum oramus, utique loquimur, nec tamen deum aut doceri aliquid a nobis aut commemorari fas est credere.

15.Augustini - Nescire te arbitror non ob aliud nobis praeceptum esse, ut in clausis cubiculis oremus, quo nomine significantur mentis penetralia, nisi quod deus, ut

nobis, quod cupimus,

13.Agostinho - Por conseguinte compreenderias dessa forma, que a locução se instituíria senão para ensinar ou rememorar?

14.Adeodato - Compreenderia a não ser pelo que me preocupa, que ao orarmos sobretudo falamos, porém justo não creria a Deus poder ensinar ou rememorar.

15.Agostinho - Ignoras a lei que nos prescreve não proceder de forma outra que não a nos compungir na clausura de nosso coração[7], para que a oração em nossa

mente penetre[8]. Não

praestet, commemorari aut doceri nostra locutione non quaerit. Qui enim loquitur, suae voluntatis signum foras dat per articulatum sonum, deus autem in ipsis rationalis animae secretis, qui homo interior vocatur, et quaerendus et deprecandus est; haec enim sua templa esse voluit. An apud apostolum non legisti: «Nescitis quia templum dei estis et spiritus dei habitat in vobis» et «in interiore homine habitare

Christum»? Nec in propheta

observastes a recomendação do profeta: Falai dentro de vossos corações e compungi-vos em vossos aposentos; oferecei sacrifícios de justiça e esperai no Senhor?[9] Senão, como poderia Deus nos ensinar ou rememorar para alcançar aquilo que pelo elóquio almejamos. Sem dúvidas, quem fala expõe signos[10] volitivos por sons articulados. A Deus se deve racionalmente no íntimo da alma procurar e suplicar, ao invocar aquele homem

interior[11], considerado como o

animadvertisti: «Dicite in cordibus vestris et in cubilibus vestris conpungimini. Sacrificate sacrificium iustitiae et sperate in domino»? Ubi putas sacrificium iustitiae sacrificari nisi in templo mentis et in cubilibus cordis? Ubi autem sacrificandum est, ibi et orandum. Quare non opus est locutione, cum oramus, id est sonantibus verbis, nisi forte, sicut sacerdotes faciunt, significandae mentis suae causa, non ut deus, sed ut homines audiant et consensione quadam per commemorationem suspendantur in deum; an tu aliud existimas?

16.Adeodatus - Omnino

assentior.

seu templo. Não lestes no Apóstolo?: Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós - Christus habita o homem interior?[12] Onde supões ofertado seja o justo sacrifício que não no templo da mente e no íntimo do coração? À quem se ora também o sacrifício se faz, pelo que, ao orarmos não fazemos soar as palavras, a não ser por acaso, como fazem os sacerdotes que expressam seu pensamento não para Deus, mas para os ouvintes a fim de que através da rememoração se elevem a Deus. Ou tu de forma diversa julgarias?

16.Adeodato — Inteiramente

aprovo.

17.Augustini - Non te ergo movet, quod summus magister, cum orare doceret discipulos, verba quaedam docuit, in quo nihil aliud videtur fecisse quam docuisse, quomodo in orando loqui oporteret?

18.Adeodatus - Nihil me omnino istuc movet; non enim verba, sed res ipsas eos verbis docuit, quibus etiam se ipsi commonefacerent, a quo et quid esset orandum, cum in penetralibus ut dictum est mentis orarent.

19.Augustini - Recte intellegis; simul enim te credo animadvertere, etiamsi quisquam contendat, quamvis nullum edamus sonum, tamen, quia ipsa verba cogitamus, nos intus apud animum loqui, sic quoque locutione nihil aliud agere quam commemorare, cum memoria, cui verba inhaerent, earevolvendo facit venire in mentem res ipsas, quarum signa sunt verba.

20.Adeodatus - Intellego ac

sequor.

17.Agostinho - Não te impressionas que o supremo Mestre tenha ensinado seus discípulos a orar, ensinando por palavras, nada mais a desejar que ensinar o como deveriam se expressar ao rezar?

18.Adeodato - Nada inteiramente me demove, posto Ele não ensinasse palavras, mas as próprias coisas por palavras, para que soubessemos a quem, a que seria a oração e, o como' penetrar na mente aquilo que ao orarem era dito.

19.Agostinho — Corretamente captastes. Ademais, ao mesmo tempo creio teres pressuposto que mesmo sem emitir sons, nós refletimos sobre as palavras e falamos no íntimo de nossa alma. Assim, com a locução nada fazemos a não ser evocar à memória[13], fazendo-a agir e rememorando[14] a mente as próprias coisas das quais são signos as palavras.

20.Adeodato - Entendo e

aceito.

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  1. Agostinho desde o início do Capítulo I apresenta sua concepção de linguagem, admitindo que esta tenha sido instituída com a finalidade senão de ensinar e para aprender, através dos sentidos e do pensamento. O verbo loquor aparece na Vulgata 139 vezes como uma fala comprobatória divina, Locutio dei attestans. Está intimamente ligado à loquens, que significa falar de forma expressiva. Todos são derivados de Locutio, o deus da fala, eloquentia (eloquência) dom da palavra; eloquium (discurso); eloquor (exposição, revelação, explicação); este último de muita afinidade com a intenção de Agostinho na conversa com Adeodato. Veikko Väänänen para a tradução de loquor afirma: "El latín del que son continuación las lenguas romances se encuentra en franco desacuerdo con la forma literaria y sobre todo clásica. Quien quiera explicar expresiones romances como foie, tête o parler, no debe acudir a iecur, caput y loqui, transmitidos por la literatura romana" (1968, p. 27). A citação de Väänänen se justifica para explicar uma dificuldade que encontrei na tradução de De Magistro, porque Agostinho utiliza ao longo de todo o seu discurso o verbo latino loquere, pertencente à forma depoente, uma característica do latim que se configura pelo uso da forma verbal na voz passiva, no entanto, com o significado de voz ativa. Esta construção verbal pressupõe uma performance linguística em que a fala se constitui numa ação mediada, consistindo em sublinhar a existência de um circuito locutório, no qual os papéis de sujeito falante e de ouvinte são permutáveis. O simplesmente falar estaria mais bem representado em latim por aio, ligado ao latim vulgo ou até mesmo por dico; porém, estes dois verbos não pressupõem um sujeito agente, enquanto loquor (eu falo) solicita tanto um sujeito agente mediador quanto uma ação mediada. Considerando que em português não temos uma palavra específica para a tradução deste sentido de loquere, traduzi-o por falar, muito embora dentro do contexto, na tradução, sempre tenha sido considerado uma fala mediatizada.
  2. O próprio Agostinho esclarece a interpretação de interrogamus. “No que precede e se segue a uma proposição é de se crer no afastamento entre a pergunta (perontatio) e a interrogação (interrogatio). Entre perguntar e interrogar, disseram os antigos que existe uma diferença: à pergunta permitem-se muitas respostas, porém à interrogação apenas se responde sim ou não” (in DE DOCTRINA CHRISTIANA LIBRI IV — 13.6). É de deixar claro que em De Magistro não ocorre o interrogatio nos moldes que Agostinho acima esclarece. Em De Ratione Dicendi ad C. Herennium, encontramos: “Nem todos estão de acordo que interrogatio seja uma acusação...” (in RHETORICA AD HERENNIUM Liber IV.22). Segundo esta obra, Interrogatio, no sentido grego da anacoenosis, era um recurso utilizado em retórica, quando colocado sob a forma de questionamento que se fazia introdutoriamente no início de um discurso, em que, normalmente, não pretendia obter qualquer resposta, tinha somente um efeito de interpelação, obrigando o interpelado a pensar numa resposta apropriada. Em latim nem sempre designa um interrogatório, e, no contexto de De Magistro apresenta-se como uma interpelação.
  3. Em minha tradução, para a conjunção sed, entendida adversativa por excelência, considerei sempre a literalidade, traduzindo-a por mas, entretanto, para a conjução at, dado sua função coesiva em gerar expressividade ao texto, quando muitas vezes tem uma função adverbial ao contribuir com o sentido do contexto, entre minhas opções, busquei sempre na tradução a coerência coma raíz latina da conjunção. Por exemplo: contudo (cum + totus) entretanto (inter + tantum); entrementes (inter + medium); porém (por + em - forma apocopada do advérbio latino endo); todavia (totus + via).
  4. Agostinho ao escrever sobre a memória e os sentidos afirma: “Sim, é verdade! A não ser porque já existiriam em minha memória? Porém, elas estavam tão abrigadas e ocultas em cavernas secretíssimas que talvez não pudesse pensar nelas, se de lá não fossem arrancadas por quem me alertasse" (in CONFESSIONUM LIBRI XIII - X.10.17). A tradução de commemorare considerei o contexto onde estava inserida. Em alguns casos, segui a literalidade como em I-9, enquanto em outros, como I-19, considerei a citação acima e, traduzi por evocar, chamar de algum lugar.
  5. É de notar que não surge ao longo do texto latino de De Magistro a palavra repraesento ou qualquer uma de suas derivações latinas, enquanto por inúmeras vezes, ao tratar dos signos, Agostinho faz uso do verbo indicare. A opção por indicar é uma peculiaridade pertinente à semiótica agostiniana, em que o signo atua como indicativo no sentido de potencializar uma possibilidade de ser e não uma mera representação manifesta. Por isso escreveu: Uma palavra é apenas um signo do que quer que seja uma coisa, a fim de que o ouvinte possa entender aquilo que narra um locutor [..] um signo é aquilo que indica algo além de si mesmo à mente (in DE DIALECTICA Liber I - V).
  6. Optei por traduzir: sentias por ajuízas porque no texto anterior Agostinho solicita de Adeodato “o que julgas a respeito de..”, e video por compreender, embora fosse possível também traduzir por perceber. Tanto em português como em latim estas duas palavras podem ser sinônimas, no entanto vertendo-se as duas para o latim, apenas compreender poderá ser traduzida por interpretari, que é a visão hermeneuta de minha tradução.
  7. Agostinho não impugnou a mística pagã, ao contrário utilizou o vezo para redirecionar-lhe o foco, limitando-o a em um único e inefável Deus. De tal modo, transforma as emoções intensas da intimidade profana do cubiculum ao indicar e simbolizar que este local encontrar-se-ia no íntimo do homem, no qual sua alma estaria com o próprio Deus: Assim no meio desse grande combate que se travava no interior de minha residência interior, no qual violentamente encetara minha alma em nosso quarto íntimo, em meu coração [...] (in CONFESSIONUM LIBRI XIII — XIII.8.19). A tradução literal implicaria traduzir cubiculis por cela religiosa e, oremus por orar, no entanto neste caso Agostinho esta a referir o arrependimento e o local aonde ele se dá, o coração.
  8. Considerei a tradução de significantur mentis por em nossa mente penetre, porque esta expressão latina é correlata ao dualismo entre as faculdades de sentir e inteligir, existentes na filosofia grega e medieval, que os via como atos de faculdades essencialmente distintas e determinadas pela atuação das coisas sobre elas. Os sentidos receberiam os influxos do mundo exterior ao homem, fornecendo à inteligência os dados sensíveis, enquanto a inteligência receberia dos sentidos os dados sensíveis, submetendo-os às diversas operações intelectivas como conceituar, julgar, raciocinar, interpretar, etc.
  9. [...] tu autem cum orabis intra in cubiculum tuum et cluso ostio tuo ora Patrem tuum in abscondito et Pater tuus qui videt in abscondito reddet tibi (MATTHAEUS 6.6).
  10. A palavra signum, no prae-medioevo, tinha vasta gama de significados: marca, sinal, efigie, imagem, insígnia, vestígio, pegada, selo, sinete, senha, e etc., abrangendo as inúmeras classes e subclasses, postuladas pelos contemporâneos da semiótica. Entre os derivados de sua raiz estão os verbos latinos signo, signare (marcar, selar, assinalar); assigno, assignare (assinar); consigno, consignare (consignar); designo, designare (designar); persigno, persignare (tomar nota de, registrar); sigilo, sigillare (selas), significo, sigpificare (dar a entender por sinais, significar) e ainda os substantivos, adjetivos e advérbios correspondentes.
  11. Definido o uno a refletir o univérsico, haveria a necessidade de atestar esta presença. Assim foi que, em Agostinho, surge a luz divina a alocar o homem interior, questão fundante da magna obra agostiniana, que se apresenta em De Magistro como uma teoria da linguagem, mas que, também podemos encontrar sua origem em uma passagem da Sagrada Escritura: "[...] para que vos conceda, segundo seu glorioso tesouro, que sejais poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do vosso homem interior” (EPHESIOS, 3. 16).
  12. [...] nescitis quia templum Dei estis et Spiritus Dei habitat in vobis (I CORINTHIOS 3.16).
  13. A filosofia platônica admite a existência de dois mundos. O primeiro constituído por ideias eternas, dotadas de uma existência independente; enquanto o segundo é constituído por coisas sensíveis, partindo da ideia de que a percepção não seria digna de confiança, porque o corpo permanentemente nos engana No Fedon (1981), encontramos que a verdadeira realidade não advém da percepção e só pode ser intuída pelo uso da razão, que recorre à memória na busca por respostas de caráter geral. Socrates, ao ser questionado por Simias e Cebes, afirma: “Porque, conviemos em que é muito possível que quem sentiu uma coisa, isto é, quem viu, ouviu ou, enfim, percebeu por qualquer dos seus sentidos, pensa a respeito dela, ou em outra que esqueceu e que tem com a percebida qualquer relação, seja semelhante aquela ou não. De modo que é preciso, ou que nasçamos com esses conhecimentos e que os conservemos durante toda nossa vida, ou que os que aprendem, conforme acontece conosco, apenas recordem e assim a instrução é apenas uma reminiscências” (PLATÃO, 1981, p. 125). A teoria platônica da anamnese envolvia a alma, sábia e imortal ao nascer, através da qual poderíamos conhecer o mundo supra-sensível através da lembrança, ou seja da memória. Mas para Agostinho esta sabedoria era obscurecida pelo afastamento em relação a Deus e seus ensinamentos, assim o conhecimento só poderia ser reintegrado aos homens pela razão e pela fé (in CONTRA ACADEMICOS LIBRI III — XIII.29).
  14. Agostinho escreve sobre a memória e os sentidos: “Sim, é verdade! A não ser porque já existiriam em minha memória? Porém, elas estavam tão abrigadas e ocultas em cavernas secretíssimas que talvez não pudesse pensar nelas, se de lá não fossem arrancadas por quem me alertasse (in CONFESSIONUM LIBRI XIII - X.10.17). Á tradução de commemorare considerei sempre o contexto onde estava inserida. Em alguns casos, segui a literalidade como em 1-9, enquanto em outros, como 1-19, considerei a citação acima, traduzindo-a por evocar, chamar de algum lugar.
    Agostinho escreve sobre a memória e os sentidos: “Sim, é verdade! A não ser porque já existiriam em minha memória? Porém, elas estavam tão abrigadas e ocultas em cavernas secretíssimas que talvez não pudesse pensar nelas, se de lá não fossem arrancadas por quem me alertasse (in CONFESSIONUM LIBRI XIII - X.10.17). Á tradução de commemorare considerei sempre o contexto onde estava inserida. Em alguns casos, segui a literalidade como em 1-9, enquanto em outros, como 1-19, considerei a citação acima, traduzindo-a por evocar, chamar de algum lugar.