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História das Psicoterapias e da Psicanálise/VI/V

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10) O processo mental pelo qual o material inconsciente, recalcado ou não, tem acesso a consciência onírica, é conhecido pelos psicanalistas como a elaboração do sonho. Seja como a satisfação de um impulso ou a liquidação de um conflito, o desaparecimento de uma dúvida ou a realização de um projeto; a elaboração de um sonho tem por fim especial a apresentação dos desejos, recalcados ou não, sob um disfarce aceitável para a consciência do sonhador. Isto é levado a cabo mediante os três processos seguintes: a condensação, o deslocamento e a dramatização.

Em virtude da condensação, uma mesma imagem ou símbolo manifesto pode representar diversos conteúdos latentes. Uma só pessoa (única imagem) pode representar o aspecto de A, vestir-se como B, fazer algo que lembre a C, e apesar de tudo, saberemos que se trata de D, pondo em relevo ao mesmo tempo, um caráter ou atributo comum às três pessoas. Não somente vários impulsos reprimidos podem ser representados por um só elemento do sonho manifesto, como um só impulso reprimido pode ser expressado por diversos elementos manifestos, no que Freud chamou de "entrelaçamento".

No deslocamento, sob a influência da censura, o sonho sofre o principal processo de deformação. é o reino do ilogismo onírico, pois a lógica do pensamento consciente não funciona nos sonhos. Em virtude disto um pai temido pode ser substituído por um gigante ou por um animal feroz; duas pessoas podem estar num lugar só ao mesmo tempo, ou uma pessoa estar em dois lugares diversos, também simultaneamente.

Por meio da dramatização ou encenação, os sentimentos e os pensamentos recebem, no sonho, formas de imagens visuais de objetos materiais. Com truques comparáveis aos da arte cômica e cinematográfica, o sonho adquire um aspecto teatral de comédia ou de drama, para ele convergindo, em pouco tempo, o presente, o passado e o futuro.