Horto (1910)/N’um leque

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N’UM LEQUE


Na gaze loira d’este leque adeja
Não sei que aroma mystico e encantado...
Doce morena! Abençoado seja
O doce aroma de teu leque amado!

Quando o entreabres, a sorrir, na Egreja,
O templo inteiro fica embalsamado...
Até minh’alma carinhosa o beija,
Como a toalha de um altar sagrado.

E emquanto o aroma iuebriante vôa,
Unido aos hymnos que, no côro, entôa
A voz de um orgão soluçando dores,

Só me parece que o choroso canto
Sobe da gaze de teu leque santo
Cheio de luz e de perfume e flores!