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Horto (1910)/Renascimento

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RENASCIMENTO


A Olegaria Siqueira.



Manhã de rosas. Lá no ethereo manto,
O Sol derrama lucidos fulgores,
E eu vou cantando pela estrada, em quanto
Riem creanças e desbrocham flores.

Quero viver! Ha quanto tempo, quanto
Não venho ouvir na selva os trovadores!
Quero sentir este consolo santo
De quem, voltando á vida, esquece as dores.

Ouves, minh’alma? Que prazer nos ninhos!
Como é suave a voz dos passarinhos
Neste tranquillo e placido deserto!

Ah! entre os risos da Natura em festa,
Entoa o hymno da alegria honesta
Canta o Te Deum, meu coração liberto!