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O imperador

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Olha. O Filho do Céo, em throno de ouro,
E adornado com ricas pedrarias,
Os mandarins escuta: — um sol parece
        De estrellas rodeado.

Os mandarins discutem gravemente
Cousas muito mais graves. E elle? Foge-lhe

O pensamento inquieto e distrahido
        Pela janella aberta.

Além, no pavilhão de porcellana,
Entre donas gentis está sentada
A imperatriz, qual flôr radiante e pura
        Entre viçosas folhas.

Pensa no amado esposo, arde por vêl-o,
Prolonga-se-lhe a ausencia, agita o leque...
Do imperador ao rosto um sopro chega
        De rescendente briza.

«Vem della este perfume,» diz, e abrindo
Caminho ao pavilhão da amada esposa,
Deixa na sala olhando-se em silencio
        Os mandarins pasmados.

Notas

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  1. ver Phalenas (1870), p. 215, em nota do próprio Machado de Assis.