Página:Atravez do Brazil (1923).pdf/221

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sigam brevemente e com toda a segurança para o Rio Grande. Hão de ser tão bem acolhidos por ele, como foram por mim.

Entre Juvêncio e os rapazes ficou combinado que se escreveriam amiúdo:

— Quero umas cartas bem compridas, Juvêncio! — recomendava Alfredo. — Você há de mandar dizer tudo quanto lhe acontecer!

— Prometo! Prometo!

Um último abraço, ainda mais apertado do que os outros, pôs termo às despedidas. Inácio Mendes e Juvêncio tomaram de novo lugar no bote, que lentamente se foi distanciando do costado do navio.

Carlos e Alfredo ficaram por muito tempo agitando os lenços no ar.

Quando o bote se escondeu ao longe, entre as outras pequenas embarcações que enchiam o mar junto ao cais, os dois meninos deixaram-se ficar encostados à amurada, olhando as águas e a cidade longínqua.

Ao longo do litoral côncavo, alinhavam-se as casas imensas do bairro comercial, de quatro e cinco andares, como uma alta muralha, tapando o horizonte, e toda furada de janelas pequenas e simétricas. O sol declinava. O céu tocava-se de leves tons cor de rosa.

Carlos passou o braço pelo ombro do irmão, e beijou-o na testa...

O que mais o consolava era isto: o pai por várias vezes lhe recomendara que fossem sempre amigos, sempre unidos; e, felizmente, ali estavam eles, ao cabo de tantas aventurar e de tantos desgostos, sempre unidos e sempre amigos...