Pensar é preciso/VII/Revolução Francesa

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A Revolução Francesa

Voltando à época do Romantismo, os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, que provocaram a Revolução Francesa (1789), fracassaram logo que Napoleão Bonaparte assumiu o poder, se tornou Imperador e tentou subjugar outros povos. Aconteceu que, após o fim do Antigo Regime, simbolizado pela Tomada da Bastilha, em 14 de julho, a França virou uma bagunça. Expoentes de várias correntes políticas entraram em lutas sangrentas pelo poder. Extremistas do partido de Robespierre exigiam a descristianização da França, confiscando os bens da Igreja. Os que eram contra o sistema monárquico queriam acabar com a nobreza e executaram o último Rei da França, Luís XVI, em 1793. A grande massa do povo, cansada de tanta desordem, ódio e derrame de sangue, começou a clamar por um regime forte, que lhe desse paz e segurança. O general Napoleão Bonaparte, ao voltar vitorioso do Egito, foi ao encontro deste anseio popular e derrotou o Diretório, o regime composto de cinco notáveis que governara até então. Após dez anos de Revolução, a França voltava ao cesarismo. Mas a Revolução Francesa teve significativas repercussões no resto da Europa, sendo a matriz da chamada “Revolução de 1848”, o ano em que deflagaram insurreições nas principais cidades européias: Londres, Berlim, Viena, Budapest, Nápoles. Uma grave crise econômica se aliou a motivos políticos e sociais na luta contra os governos absolutistas. O ideal predominante nos países europeus onde houve revolução não foi o liberalismo, mas sim o nacionalismo. Os revolucionários desses países queriam libertar seus povos da dominação estrangeira imposta pelas decisões do Congresso de Viena. A "primavera dos povos" - como ficou conhecida essa vaga revolucionária - marcou o despertar das nacionalidades (polonesa, dinamarquesa, alemã, italiana, tcheca, húngara, croata, romena), que exigiram dos impérios a concessão de suas autonomias. Mas, infelizmente, estas insurreições não tiveram o imediato sucesso almejado, porque a burguesia não se posicionou do lado dos operários e dos camponeses.