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Poesias (Zaluar)/2

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POESIA II.
 

 
O MALMEQUER.
 

Qual te vejo, ver-te, oh dor!
Penhor d’immensos desejos
D’immensas magoas penhor!


M. Leal-JuniorA Alcaxofra.

 

Mal-me-queres?—Bem-me-queres?
Que respondes, meiga flor?
Consulto nas tuas folhas
A sina do meu amor.

Quero ler o meu fadario
N’esta flor innocentinha:
Não me enganes, — não m’illudas
Malmequer! esp’rança minha!

Na primeira tua folha
Não sou eu afortunado!
Bem-me-quer!’ diz a segunda;
Folga, peito, que és amado!

A terceira diz o ′muito’,
A uma e uma vou contando;
Esta alegre me sorrindo,
Aquella triste esfolhando.

Assim é a vida minha !
Já despresos, — já carinhos:
Hoje grinalda de rosas,
Amanhã corôa d’espinhos!

E contei, — e contei todas,
Acabou dizendo ′nada’
Cada folha era uma esp’rança!
Triste vida, — malfadada!

Fui buscar a minha sina
Nos segredos d’esta flor,
Deparei o meu tormento,
Aonde queria achar amor!

 

1845.

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