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Tomava Daliana por vingança

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Tomava Daliana por vingança
Da culpa do pastor que tanto amava,
Casar com Gil vaqueiro; e em si vingava
O êrro alheio, e perfida esquivança.

A discrição segura, a confiança
Das rosas que o seu rosto debuxava,
O descontentamento lhas mudava;
Que tudo muda huma aspera mudança.

Gentil planta disposta em sêcca terra;
Lindo fructo de dura mão colhido;
Lembranças de outro amor, e fé perjura,

Tornárão verde prado em serra dura;
Interêsse enganoso, amor fingido,
Fizerão desditosa a formosura.