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Tudo o que você sempre quis saber sobre a urna eletrônica brasileira/Capítulo 12

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DIMINUIÇÃO DE VOTOS
BRANCOS E NULOS

Além de democratizar o voto, ao possibilitar que eleitores analfabetos e cegos também possam votar, o sistema de voto eletrônico teve um grande impacto na diminuição dos números de votos nulos no país. Jairo Nicolau, pesquisador do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - Iuperj, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, após a eleição de 1998, destacou que “a principal razão da introdução do voto eletrônico foi dar cabo das fraudes, ainda significativas em partes do país, sobretudo na fase de apuração dos votos. Inquestionavelmente, esse objetivo foi alcançado. Mas seu grande mérito foi ter tornado mais fácil o ato de votar para o enorme contingente de eleitores de baixa escolaridade, reduzindo, assim, de maneira impressionante, os votos inválidos.

O professor foi além, ao classificar o sistema de voto eletrônico como “uma revolução política no país”. Segundo ele, “milhões de eleitores passaram a ter suas preferências realmente contabilizadas pelo sistema representativo. Não dá ainda para dizer com precisão a magnitude desta revolução, mas o número pode chegar facilmente a 10 milhões de eleitores. Parece pouco, mas aí cabem, somados, os eleitores que foram às urnas nas últimas eleições em Portugal, na Nova Zelândia e na Finlândia”.

Já o professor da Universidade de Brasília, David Fleischer, destacou, em seu artigo “As eleições municipais no Brasil: uma análise comparativa (1982-2000)”, as mudanças ocorridas nos índices de votos nulos: “as diferenças significativas estão nas duas eleições para vereador. Comparado com o pleito de 1996, em 2000 a proporção de votos válidos aumentou de 86,49% para 93,91%, enquanto os votos em branco e nulos diminuíram de 13,51% para 6,09%. Sem dúvida, este fenômeno se deve em grande parte à utilização da urna eletrônica em todo o Brasil em 2000, enquanto esta técnica foi experimentada em apenas 51 das maiores cidades em 1996”.

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