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Conheço de teus males a vehemencia

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ALZIRA A OLINDA


Conheço de teus males a vehemencia,
Prezada Olinda! Eu propria os hei soffrido,
Quando da mesma edade que hoje contas
Próvida a Natureza começava
A preencher em mim seus fins sagrados.
Marcha ella por graus em suas obras;
Procede ao fructo a flôr já matizada,
Que fôra antes de flôr botão mimoso.
Assim a sabia mão da Natureza,
A passos insensiveis caminhando
Maravilhas em nós produz, que assombram.
Somos na infancia apenas um bosquejo

Do que nos cumpre ser annos mais tarde.
N′aquella edade a Natureza attenta
Em conservar-nos só, não desenvolve
Sentimentos, que então superfluos foram:
Inactivas nos tem, e nos conserva,
Bem como as plantas no gelado inverno.
Porém depois que o sol da primavera
Fecundos raios sobre nós dardeja,
Então de novas fórmas animado
Pula nas veias affogueado sangue,
E sem perder da infancia os attractivos
Da puberdade o lustre desfructamos.
Então sentimos commoções insolitas,
Que origem são dos males, que te opprimem:
Do amor, que te domina, melancholico;
Da forte agitação, que em ti presentes.
Mas tem tudo remedio; eu hei-de dar-t′o,
Feliz serás, se o trilho me seguires.