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Cuidas, ínvio, que cumpres, apertando

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Cuidas, ínvio, que cumpres, apertando
Teus infecundos, trabalhosos dias
   Em feixes de hirta lenha,
   Sem ilusão a vida.
A tua lenha é só peso que levas
Para onde não tens fogo que te aqueça,
   Nem sofrem peso aos ombros
   As sombras que seremos.
Para folgar não folgas; e, se legas,
Antes legues o exemplo, que riquezas,
   De como a vida basta
   Curta, nem também dura.
Pouco usamos do pouco que mal temos.
A obra cansa, o ouro não é nosso.
   De nós a mesma fama
   Ri-se, que a não veremos
Quando, acabados pelas parcas, formos,
Vultos solenes, de repente antigos,
   E cada vez mais sombras,
   Ao encontro fatal —
O barco escuro no soturno rio,
E os nove abraços da frieza stígia
   E o regaço insaciável
   Da pátria de Plutão.