Dicionário de Cultura Básica/Expressionismo
EXPRESSIONISMO (rótulo de uma forma de arte, Abstracionismo) → Vanguarda
A explosão da estética expressionista começou na Alemanha, contemporaneamente ao Futurismo na Itália. Em Berlim, em 1912, a livraria e galeria de arte Derem Sturm reuniu os trabalhos de alguns pintores chamados de "expressionistas", porque para eles a arte era "expressão" do "eu" subjetivo, operando de dentro para fora, do centro para a periferia, contrariamente ao Impressionismo da época realista, cuja estética estava baseada no movimento de fora para dentro. Das artes plásticas, especialmente da pintura, a estética expressionista passou também a ser utilizada pela literatura, cinema, dança, música, teatro. Em literatura, encontra no lirismo sua manifestação mais apropriada. As combinações rítmicas, os cortes surpreendentes, o jogo de imagens ousadas, permitiram a sublimação do patético e a exaltação das paixões. O processo técnico usado era a extrema liberdade léxica, sintática e semântica. Os temas mais explorados pelos poetas expressionistas são o sexo, visto por uma nova ótica moral; a crítica à sociedade, atacando autoritarismo e hipocrisia; a simpatia para com o mundo dos miseráveis e dos injustiçados. O movimento expressionista tem em comum com o Futurismo a disposição de demolir a cultura passada e criar um novo homem; mas dele se difere pelo pacifismo, pelo sentimento de fraternidade universal e pelo desprezo da civilização materialista, industrial, mecanizada. Por não aderir ao Nazismo foi por ele destruído, a partir de 1933, quando Hitler subiu ao poder. No Brasil, o Expressionismo marcou uma forte influência no teatro de Oswald de Andrade e de Nélson Rodrigues e na pintura: Portinari (especialmente as cinco telas da série Emigrantes), Osvaldo Goeldi, Emiliano Di Cavalcanti, Lasar Segall.