Dicionário de Cultura Básica/Liberalismo

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LIBERALISMO (a teoria do filósofo Locke e a prática do presidente Jefferson)

É verdade que a liberdade é preciosa.
Tão preciosa que é preciso racioná-la (Lênin)

O Liberalismo pode ser considerado o ponto de equilíbrio entre dois sistemas totalitários: o Comunismo (Marx) e o Nazi-fascismo (Hitler). Segundo alguns teóricos, ser liberal é repudiar a esquerda estatizante, que esmaga o livre exercício de pensar e de agir dos cidadãos, e a direita imobilista, conservadora, aferrada aos privilégios de classe. O limite do livre arbítrio é apenas o respeito à liberdade de outro cidadão ou de outra nacionalidade. O direito à liberdade deve atingir o ser humano como um todo, abrangendo o campo político, religioso, ético e econômico, contra qualquer forma de imposição, de escravatura, de preconceito ou privilégio. Na base do liberalismo está a justiça e não a caridade. Como afirma um liberal de carteirinha, o político brasileiro João Mellão Neto, "ser liberal é compreender que a solidariedade será sempre inócua enquanto se fizer pelos outros o que eles podem fazer por si próprios". Ou, citando o ditado popular, "é preciso ensinar a pescar e não dar o peixinho de graça". A esmola, quer individual quer social, além de ser antiprodutiva, ofende o próprio beneficiário! O Liberalismo, como doutrina política e econômica, começou a tomar corpo a partir do séc. XVIII, em oposição ao Absolutismo monárquico e religioso, que reinava na maioria dos Estados europeus. Os teóricos mais influentes foram os economistas ingleses Adam Smith e John Stuart Mill. Os pontos fundamentais do liberalismo político-econômico são: 1) o regime democrático e a independência dos três poderes; 2) o direito à propriedade e à liberdade de pensar e de agir; 3) o livre jogo da concorrência nas relações comerciais, deixando-se guiar pela lei natural da oferta e da procura; 4) redução ao mínimo da intervenção do Estado em assuntos econômicos. Do ponto de vista moral, podemos distinguir a era da "repressão", que vigorou até o início da segunda metade do séc. XX; a era da "liberação", que se deu nas décadas de 1960 e 1970, promovida pela filosofia "hippie" ; e a era da total "permissão", a atual, que liberou totalmente as formas de comportamento, indo cair na denominada "tirania adolescente".