Obras Poéticas de Glauceste Satúrnio
Wikisource, a biblioteca livre
Saltar para a navegação
Saltar para a pesquisa
Para cantar de amor tenros cuidados
Leia a posteridade, ó pátrio Rio
Pastores, que levais ao monte o gado
Sou pastor; não te nego; os meus montados
Se sou pobre pastor, se não governo
Brandas ribeiras, quanto estou contente
Onde estou? Este sítio desconheço
Este é o rio, a montanha é esta
Pouco importa, formosa Daliana
Eu ponho esta sanfona, tu, Palemo
Formosa é Daliana; o seu cabelo
Fatigado da calma se acolhia
Nise? Nise? onde estás? Aonde espera
Quem deixa o trato pastoril amado
Formoso, e manso gado, que pascendo
Toda a mortal fadiga adormecia
Deixa, que por um pouco aquele monte
Aquela cinta azul, que o céu estende
Corino, vai buscar aquela ovelha
Ai de mim! como estou tão descuidado!
De um ramo desta faia pendurado
Neste álamo sombrio, aonde a escura
Tu sonora corrente, fonte pura
Sonha em torrentes d'água, o que abrasado
Não de tigres as testas descarnadas
Não vês, Nise, este vento desabrido
Apressa se a tocar o caminhante
Faz a imaginação de um bem amado
Ai Nise amada! se este meu tormento
Não se passa, meu bem, na noite, e dia
Estes os olhos são da minha amada
Se os poucos dias, que vivi contente
Aqui sobre esta pedra, áspera, e dura
Que feliz fora o mundo, se perdida
Aquele, que enfermou de desgraçado
Estes braços, Amor, com quanta glória
Continuamente estou imaginando
Quando, formosa Nise, dividido
Breves horas, Amor, há, que eu gozava
Quem chora ausente aquela formosura
Injusto Amor, se de teu jugo isento
Morfeu doces cadeias estendia
Quem és tu? (ai de mim!) eu reclinado
Há quem confie, Amor, na segurança
A cada instante, Amor, a cada instante
Não vês, Lise, brincar esse menino
Que inflexível se mostra, que constante
Traidoras horas do enganoso gosto
Os olhos tendo posto, e o pensamento
Memórias do presente, e do passado
Adeus, ídolo belo, adeus, querido
Que molesta lembrança, que cansada
Ou já sobre o cajado te reclines
Ninfas gentis, eu sou, o que abrasado
Em profundo silêncio já descansa
Tu, ninfa, quando eu menos penetrado
Bela imagem, emprego idolatrado
Altas serras, que ao Céu estais servindo
Lembrado estou, ó penhas, que algum dia
Valha-te Deus, cansada fantasia!
Deixemo-nos, Algano, de porfia
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Já me enfado de ouvir este alarido
Que tarde nasce o Sol, que vagaroso!
Ingrata foste, Elisa; eu te condeno
Não te assuste o prodígio: eu, caminhante
Não te cases com Gil, bela serrana
Apenas rebentava no oriente
Se à memória trouxeres algum dia
Breves horas, que em rápida porfia
Eu cantei, não o nego, eu algum dia
Já rompe, Nise, a matutina aurora
Quem se fia de Amor, quem se assegura
Sombrio bosque, sítio destinado
Clara fonte, teu passo lisonjeiro
Enfim te hei de deixar, doce corrente
Não há no mundo fé, não há lealdade
Campos, que ao respirar meu triste peito
Entre este álamo, o Lise, e essa corrente
Quando cheios de gosto, e de alegria
Junto desta corrente contemplando
Piedosos troncos, que a meu terno pranto
Polir na guerra o bárbaro gentio
Apre Giano il gran Tempio; orrido, e nero
Sposi felici, per la vostra face
Di così degno Eroe la Regia fronte
Sorpreso de così sonori accenti
Non ho valor, che basti; io corro in vano
Misera rimembranza, che mai tenti!
Esci d'ingano, o Nice; io non t'adoro
Non parlarmi d'amor, ingrata Nice
Dolci compagni miei, dolce mia cura
Dolci parole, or più non siete quelle
Non lasciarmi, crudel; quella, ch'io rendo
Del tuo Fileno alla incerata avena
Erra d'intorno a me l'ombra onorata
Questo, che la mia Musa oggi a te rende
Destes penhascos fez a natureza
Parece, ou eu me engano, que esta fonte
Musas, canoras musas, este canto
O pastor divino
Galatéia
Lise
Nise
Palemo e Nise